quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

A Criação do Mundo, Noé e a Torre de Babel

 



INTRODUÇÃO

Em 2025 a Classe Bereanos estará estudando a temática “Geografia e História Bíblica do Antigo Testamento”. Será uma viagem no tempo conhecendo a história, cultura, os deslocamentos geográficos dos personagens bíblicos e a ação de Deus nas vidas dessas pessoas e famílias, pondo assim em execução o Seu Plano divino de redenção da humanidade. “Todas as coisas foram feitas através dele, e, sem Ele, nada do que existe teria sido feito”.

Os estudos seguirão a linha cronológica. A temática está dividida em lições que serão ministradas por quatro professoras. A primeira lição e aula inaugural coube a mim elaborar e ministrar no dia 09/02/2025 cujo tema é “A Criação do mundo, Noé e a Torre de Babel” que se abrange os capítulos 1 a 11:23 de Gênesis. 

I. A CRIAÇÃO DO MUNDO

Iniciamos a nossa jornada pela geografia e história do Antigo Testamento com a pessoa de Deus. Ninguém criou Deus, Ele sempre existiu e, esse é um dos atributos de Deus: Ele é eterno – “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90:2). 

Tudo começa com Deus, pois “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” João 1:3). Gênesis 1:1 nos diz “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. Vemos que o verbo “criar” vem do hebraico “Bârâ” que significa “criar do nada”. Somente Deus pode "criar", formar, moldar e isso Ele o fez na criação do mundo e de tudo que nele há. Criar, portanto, é uma ação divina. 

Logo em seguida, em Gênesis 1:2, somos informados da existência e da  participação do Espírito Santo de Deus – “ A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” . Os versículos 1 e 2 do Capítulo 1 de Gênesis são um preâmbulo da ação criadora de Deus. É possível aprender que: 1) A terra não tinha uma forma como a vemos hoje redonda, sendo sustentada por Deus no universo. 2) A terra estava vazia, não havia nada criado nela. 3) a terra estava tomada pelas trevas que não são táteis. O fato é que, Deus e o Espírito Santo de Deus estavam lá no início de tudo, a primeira e a terceira pessoa da Trindade Santa. E a segunda pessoa da Trindade, Jesus Cristo, estava lá? Sim, o Filho de Deus também foi participante no ato criador de Deus. Sendo também Deus, o Pai não deixaria o Seu Filho à parte de Sua obra criadora. Podemos afirmar com base em Gênesis 1:26a quando ao criar o homem, Deus disse: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança [...]”. O verbo está na pessoa do plural indicando a participação de mais de uma pessoa. O apóstolo João também nos ensina que Jesus Cristo, o Verbo encarnado também estava no início com Deus, que Jesus é Deus e que Sua participação na criação do mundo – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória como do unigênito do Pai”  (João 1:1-3,14) e “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada)” (I João 1:1,2).  

A narrativa da criação do mundo em Gênesis está no capítulo1:1 até 2:6 e 2:8-17). No primeiro dia, Deus criou a luz (1:3 a 5) e fez a separação entre a luz e as trevas. Deu nome à luz de Dia e às trevas, de noite. No segundo dia, Deus criou o firmamento, o céu que nós vemos (1:6-8) e separou das águas de cima e as águas de baixo. No terceiro dia, Deus criou a parte seca à qual deu o nome de terra, solo (1:9 a 13) e os Mares. Também ordenou que nesse solo se produzissem relva, ervas que dão semente e árvores frutíferas segundo a sua espécie e com sementes. 

No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e estrelas (1:14 a 19) e designou a função de cada um deles: o Sol para iluminar o dia; a Lua e as estrelas para iluminar a noite. Além de iluminar, estes astros também têm a função de marcar as estações, os dias e os anos. Muitos povos originários marcam o tempo com base em eventos e orientados pelo Sol, pela Lua e estrelas. Um desses exemplos, são os povos indígenas. Informa-nos Felipe de Araújo, professor de Ciências do CEAT (Centro Educacional Anísio Teixeira),  "A mitologia brasileira traz contribuições de muitos povos e origens diferentes, principalmente de três continentes: África, Europa e América do Sul. São muitos símbolos e histórias que se cruzam de forma que fica difícil delimitar a origem de alguns" [...] Cada tribo, cada etnia, cada civilização indígena tem sua própria mitologia. Cada uma conta uma história sobre sua trajetória como povo, e que não é a trajetória de nenhum outro. Existem, ainda assim, muitos aspectos comuns entre os povos. As referências centradas no Sol na Lua, nas estrelas, a água e as tempestades, os grandes heróis grandes civilizadores da humanidade, que se tornaram constelações, estão presentes em grande parte das mitologias ameríndias" (Nota 1)

Tais conhecimentos comuns entre os povos originários se deve à observação e percepção (empirismo), pois segundo o Salmista nos afirma, a natureza por si mesma revela ao ser humano a existência de um Criador Supremo que fala pela grandiosidade do que Ele faz – “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor” (Salmo 19:1-6). 

No quinto dia, Deus criou os seres vivos que vivem nos mares, nos rios e também criou as aves (1:20-23). Esses seres vivos foram abençoados por Deus que deu a eles a capacidade de se reproduzirem e multiplicarem. No sexto dia, Deus criou os animais domésticos, répteis e selvagens. E, finalmente, Deus criou a Sua obra prima: o ser humano (1:24-31), “homem e mulher os criou”. Deus abençoou o homem e a mulher dando a eles a capacidade de se multiplicarem e mais, de dominarem sobre a terra. Deus também criou o homem e a mulher à Sua semelhança; ou seja, o ser humano é dotado de sabedoria, de inteligência, de moral,  de emoções, dons e habilidades. Deus criou o ser humano com a capacidade de relacionar com Ele, o Criador, e com seus semelhantes. Nosso Deus criou o ser humano perfeito. 


Em cada ato de sua criação, Deus avaliou verbalmente a sua ação dizendo que “isso era bom” (1:10,18,21,25) mas quando Ele fez o homem, disse que sua última criação “era muito bom”  (1:31).  No sétimo dia, Deus descansou, ou seja, Ele não trabalhou neste dia e abençoou o sétimo dia. Deus não estava cansado – “Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável” (Isaías 40:28), mas Ele nos deixou o exemplo para que sigamos. Nós devemos também descansar, porque nossos corpos mortais não são máquinas e sim um sistema maravilhosamente complexo feito por Deus e, tem limite. 


Antes de criar o homem, Deus preparou um ecossistema composto por “conjuntos de comunidades que vivem em um determinado local interagindo entre si e com o meio ambiente, constituindo um sistema estável, equilibrado e autossuficiente” (Nota 2). Isso nos abençoa muito e nos ensina que temos um Deus que é organizado, que faz coisas excelentes e com zelo, um Deus de ordem como Ele mesmo nos diz em sua Palavra – “ Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente” (I Coríntios 12:31) e “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (I Coríntios 14:40). 

Para o lar de Adão e Eva, Deus plantou um jardim na região nomeada Éden. Muitas têm sido as tentativas de pesquisadores em obter a localização exata do Jardim do Éden. O arqueólogo Rodrigo Silva (Nota 3) apresenta algumas problemáticas que dificultam a localização exata do Jardim do Éden: 

1ª.) A descrição geográfica registrada na Bíblia parece bem atual, pois o autor de Gênesis descreve como se ele conhecesse o local. 

2ª.) Os rios Pisom e Giom possuem referências geográficas que não são conhecidas como “terra de Havilá e terra de Cuxe”, mas os rios Tigre e Eufrates sabemos que correm no Oriente da Assíria. 

3ª.) No Oriente Médio não há nenhum rio que se divide em 4 braços, conforme descrito no texto bíblico.

 4ª.) Depois da queda do homem, em Gênesis 7 a Bíblia fala do dilúvio que foi universal e destruiu toda a terra e seus moradores, com exceção da família de Noé e dos pares de animais que ele levou para a arca obedecendo à ordem de Deus. 

5ª.) Por seu caráter universal, o dilúvio modificou a geografia pré-diluviana, tornando-se um acontecimento cataclísmico, ou seja, uma “grande catástrofe ambiental, como um tsunami, um dilúvio, uma inundação ou um terremoto” - (dicio.com – Cataclismo).

6ª.) O rio Tigre, na antiguidade e atualmente, não passava ao lado, à leste, da Assíria, mas dentro (pelo meio) dela. 

7ª.) Para muitos, “a terra de Cuxe” seria a Etiópia e a “terra de Havilá”, onde havia muito ouro bom seria no sul da Arábia, porque Havilá significa “terra de areia”, por causa do deserto ali existente.

Rodrigo Silva ainda apresenta que há várias hipóteses sobre a localização do Jardim do Éden e elas são:

       1)  No golfo pérsico, porque dali é que saem dois braços de rio que são o Tigre e o Eufrates.

       2) Região de Barem (lado oeste do Golfo Pérsico, entre a Arábia Saudita, a leste e Catar, a oeste).

       3) Turquia

       4) Irã

       5) Pérsia

       6) Etiópia

       7) Jerusalém, baseado na passagem de Ezequiel 28:12-15.   

Sobre o Jardim do Éden, Rodrigo ainda considera que Deus não abandonou o Jardim que Ele criou e nem a árvore da vida. Após Adão e Eva pecarem e serem expulsos do jardim, o Senhor colocou querubins para guardar o caminho para a árvore da vida, evitando assim que o casal voltasse, comesse do fruto da árvore da vida condenando toda a humanidade a viver eternamente perdida – “ Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gênesis 3: 22-24). Portanto, o jardim não foi destruído por Deus no dilúvio, mas recolhido por Ele e preservado, bem como a árvore da vida que se encontra na Nova Jerusalém, a cidade de Deus que desce do céu (Apocalipse 21:10) conforme é mencionado em Apocalipse 22:2 – “No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos”.


Ao ler atentamente o texto bíblico, vemos o amor de Deus ao criar um jardim para ser lar de Adão e Eva. Foi ali que Deus abençoou o homem e a mulher (Gên. 1:27 – “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.). No jardim, Deus pôs fim à solidão de Adão criando a mulher para ser a sua companheira (Gên. 2:18-25); ali Deus deu ao casal o dom da procriação (Gên. 1:28a – “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai [...]); deu poder ao homem de dominar e sujeitar sobre os demais seres viventes" (Gên. 1:28 - [...] “dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” ); deu alimentos naturais e saudáveis (Gên. 1:29,30 – “E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez”   e  2:9a – “Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento” ), água pura e em abundância (Gên. 2:10 – “E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços”) e colocou duas árvores especiais no ecossistema: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ambas árvores comunicavam ao homem o desejo de Deus de vida eterna à sua criatura pela obediência e fé em Seu Criador. Deus se comunicava diariamente com Adão em seu lar (Gên. 3:8a – “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia [...]” ). Assim como Deus trabalhava, ele criou o trabalho para o homem. Adão teria que cultivar e guardar o jardim (2:15 – “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”); entretanto, era um trabalho que não produzia cansaço e nem suor, pois naquele lugar havia a ausência do pecado. No jardim havia também o dia de descanso, pois o próprio Deus deu exemplo descansando, não trabalhando no dia santificado (Gên. 2:1-3 – “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera” ). Deus avaliou que tudo isso era MUITO BOM! (Gên. 1:31 – “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia” ).

Após o pecado entrar no mundo (Gênesis 3), a natureza humana criada ficou corrompida por causa do pecado e seu fim agora seria a morte física (Gên. 3:19 – “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”  ; Romanos 3:10-12,23 – “ como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”  [...] “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”). 

Adão e Eva não podiam mais continuar vivendo naquele lugar. Foram expulsos do jardim e até nisso, vemos o amor, a bondade, a graça e a misericórdia de Deus na vida de Adão e Eva. Agora pecadores, Deus não os abandonou, mas continuou cuidando, amando e abençoando o casal com a chegada dos filhos (Gênesis 4:1,2 – “Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor. Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador” ). 

Depois da queda do homem, a batalha entre o mal tem acontecido em todo tempo (Efésios 6:12 – "Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes." ). Há grande oposição espiritual que diariamente se impõe para derrubar e frustrar os planos de Deus. Caim, o filho que alegrou o coração de Eva – “Adquiri um varão com o auxílio do Senhor” (Gênesis 4:1b) e o lar do casal, preferiu fazer a sua vontade própria, deixou-se ser dominado pela inveja e ódio e, matou impiedosamente seu irmão Abel (Gênesis 4:8-16). 

Antes de cometer o fratricídio, Caim teve o alerta de Deus e a oportunidade de dominar as suas emoções e desejos de vingança - “Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gênesis 4:6,7). Caim rejeitou e deu as costas a Deus e a sua família. Com o primeiro fratricídio, quando a pessoa assassinada é irmão de sangue, aconteceu o primeiro deslocamento geográfico – “Retirou-se Caim da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden” (Gênesis 4:16). Caim foi para a região chamada “Terra de Node”. A única orientação geográfica desta região é que ficava à oriente (Leste) da região do Éden. 

Ao dar as costas a Deus, Caim já não contava mais com a bênção de Deus. Suas mãos estavam manchadas de sangue e ele foi amaldiçoado por Deus ao ter a produtividade do solo com o qual ele trabalhava afetada por sua rebelião. Além disso, estava fadado a viver fugindo e errante pela terra, pois Deus abomina as mãos que derramam sangue inocente (Gên. 4:11,12 – “És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra”   e   Provérbios 6:16-19 – “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina:  olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,  testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos” ).


Pouco se sabe sobre a  terra de Node, assim como da localização do Jardim do Éden. “A única conclusão real que podemos tirar sobre a localização real do Éden é que ele estava localizado em algum lugar no Oriente Próximo (Mesopotâmia), às vezes chamado de Crescente Fértil e berço da civilização antiga” (Biblioteca do Pregador).  



Ciente de seu crime e pecado, mas não arrependido, Caim decidiu sair da presença de Deus. O amor compassivo de Deus por Caim se revelou no cuidado do Senhor colocando nele um sinal que protegeria a sua vida – “Então, disse Caim ao Senhor: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará.  O Senhor, porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse” (Gênesis 4:13-15). Em seu estudo bíblico, o Pr. Ozéas C. Moura  menciona Champlin, comentarista do Antigo Testamento, que apresenta uma lista de diversas tentativas de pesquisadores para explicar qual seria esse sinal. Seriam elas: 

1. Caim teria se tornado negro e foi o pai das pessoas de pele escura. Essa é uma hipótese nitidamente racista. Na verdade, os negros se originaram com um dos filhos de Noé: Cam.

2. Ele teria recebido uma espécie de tatuagem;

3. O nome de Deus, Yahweh, teria sido estampado na testa dele;

4. O nome “Caim, o fratricida”, teria sido escrito em sua testa;

5. Deus teria tornado Caim invencível – não podia ser queimado, afogado, nem ferido à espada;

6. Uma luz, como o círculo do Sol, o acompanhava por onde quer que ele fosse.

O Pr. Ozéas conclui que “nenhuma dessas explicações satisfaz a curiosidade em relação àquele sinal. Contudo, o mais importante não é o sinal em si, mas a razão pela qual Deus o pôs em Caim: foi para que ele tivesse tempo de se arrepender. Percebe o grande amor de Deus pelo primeiro homicida? Pena que Caim não tenha aproveitado sua longa vida (talvez perto dos mil anos, como muitos dos seus parentes antediluvianos) para se arrepender, desprezando o oferecimento divino de salvação”. 

Em Node, Caim formou a sua família e fundou a primeira cidade que levou o nome de seu filho primogênito Enoque. O nome Enoque tem sua origem na língua hebraica e significa “iniciado, dedicado, consagrado”.  

As primeiras profissões também estão registradas em Gênesis 3 e 4: 

Adão: lavrador (Gên. 3:19).

Abel: pastor de ovelhas (4:2). 

Caim: lavrador (Gên. 4:2). 

Jabal: pai dos que habitam em tendas e possuem gado – pecuaristas e vaqueiros (Gên. 4:20). 

Jubal: pai dos que tocam harpa e flauta – artesãos musicais, musicistas  (Gên. 4:21). 

Tubalcaim: artífice de instrumentos cortantes, de bronze e ferro – serralheiro  (Gên. 4:22).

Os descendentes de Caim estão registrados em Gênesis 4:17-24 e mostra o mau exemplo de um chefe de família que dá as costas a Deus pode influenciar na disseminação do mal e do pecado. Lameque, um dos descendentes de Caim, é o primeiro caso de poligamia registrado na Bíblia. Além disso, Lameque era um homem orgulhoso, arrogante, sem misericórdia, de “pavio curto”, que se vangloriava de suas ações homicidas e que seguiu o exemplo de seu antepassado Caim matando duas pessoas por motivo banal: um homem que o feriu e um rapaz que pisou nele (Gênesis 4:23,24). 

Antes de seguir para a genealogia de Adão, vamos verificar um acontecimento muito importante registrado em Gênesis 4:25,26 – “Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor” .  As famílias cresceram, geraram filhos e filhas, mas notem que somente nos dias de Enos, o neto de Adão e filho de Sete, é que as pessoas começaram a invocar o nome do Senhor (Gênesis 4:26, 5:3,6). Foram 235 anos do silêncio de Adão, sem a transmissão oral da pessoa e obra de Deus. Isso me leva a refletir que o silêncio de Adão pode ter gerado a rebelião de Caim e seu afastamento de Deus (4:8-16) e gerou o arrogante e assassino Lameque (Gên.4:23,24). Todavia, depois que Deus começou a ser invocado, a Graça salvadora se manifestou com Enoque, “que andou com Deus” (Gên. 5:22-24) e com Noé “que achou graça diante de Deus” (Gên. 6:8). Também considero que o pecado diminui/abrevia os anos de vida, destrói o caráter  e a qualidade de  vida.


Prosseguindo, o capítulo 5 de Gênesis apresenta a genealogia de Adão até Noé. Uma leitura atenta deste capítulo é possível é possível observar que a longevidade era natural, na “casa dos 900”:

- Metusalém: 969 anos (Gên. 5:27)

- Jarede: 962 anos (Gên.5:20)


- Noé: 950 anos (Gên. 9:29)

- Adão: 930 anos (Gên. 5:5)

- Sete: 912 anos (Gên. 5:8)

- Cainã: 910 anos (Gên. 5:14)

- Enos: 905 anos (Gên. 5:11) 

A fertilidade também era uma marca dos antepassados. Homens geravam filhos e filhas na casa dos 800 anos como Adão (5:4);  Sete (5:7); Enos (5:11), Canaã (5:13);  Maalelel (5:16); Jarede (5:19).  Com o tempo, a fertilidade foi caindo para a faixa dos 700 anos como Metusalém (5:26); para a faixa dos 500 anos como Lameque, o filho de Metusalém (5:30); Noé (9:29); e para a casa dos 300 com Enoque, o filho de Metusalém (5:22). O site Got Questions nos informa que de Adão até Noé foram aproximadamente 1.056 anos. 

Caminhando para o capítulo 6 de Gênesis, verificamos um grande crescimento demográfico da população (v.1), assim como o aumento da corrupção, da perversão da moral e da fé: carnalidade (v. 2). Por causa do pecado que imperava, Deus reduziu e limitou a idade do ser humano em 120 anos (v. 3).

Notamos também que o pecado alterou o funcionamento no corpo do ser humano criado perfeito por Deus aparecendo o gigantismo que é uma alteração do hormônio do crescimento (GH) que estimula o crescimento somático e regula o metabolismo (v.4). Com o aumento da maldade, violência e criminalidade (v. 5), Deus decidiu exterminar a sua criação, pessoas e animais, pois as pessoas estavam corrompidas pelo pecado (v. 7).  


II. NOÉ 

Mas onde “abundou o pecado, superabundou a Graça” (Romanos 5:20). Deus viu o justo e íntegro Noé (vs. 8-10) e decidiu salvá-lo com sua família e dois animais de cada espécie, macho e fêmea (vs. 19,20). 

A história de vida de Noé e de sua família, sua obediência em construir a arca o período do dilúvio e a aliança de Deus com Noé está registrada em Gênesis 6:8 até o capítulo 9. 


O dilúvio foi o juízo de Deus sobre a humanidade pervertida. Foi um cataclisma universal, pois cobriu “todos os altos montes que havia debaixo do céu” (7:19). A chuva torrencial durou 40 dias e 40 noites e modificou a geografia pré-diluviana da terra (7:17-23) resultando em grandes quantidades de erosão, de sedimentação e acumulação de matéria orgânica. Plantas e animais foram enterrados, se tornando fósseis em cerca de um ano.  

Aproximadamente 1 ano e 10 dias depois é que foi possível a Noé, sua família e os animais saírem da arca para recomeçarem as suas vidas na nova terra. Em uma arca de 140 metros de comprimento (300 côvados) x 23 metros de largura (50 côvados) x 14 metros de profundidade (30 côvados), em uma ação sobrenatural, Deus salvou a sua criação. Quando as águas começaram a baixar, a arca pousou em cima do Monte Ararate (Gên. 8:4), mas a Bíblia não menciona a localização exata desse monte. 

Estudiosos e pesquisadores acreditam que o monte Ararate se refere à montanha localizada na moderna Turquia, na região oriental da Anatólia. O nome desse local é: “Ağrı Dağı” em turco e é considerada uma das montanhas mais altas da região. Porém, é importante destacar que não há consenso sobre essa identificação". Em reportagem publicada no site terra.com.br (Nota 5), arqueólogos creem que encontraram na Turquia os destroços de uma embarcação bíblica e que a história da arca de Noé pode ser real. Segundo os pesquisadores, as escavações comprovaram que o interior desse “barco” tem material de 5 mil anos atrás - a mesma época que teria acontecido o grande dilúvio citado na Bíblia. 

Passado o dilúvio, os filhos de Noé começaram a ocupação da nova terra. Vamos encontrar esta divisão territorial no capítulo 10 de Gênesis bem como a genealogia de Noé e de seus filhos: Sem, Cam e Jafé. 







1) Jafé teve sete filhos e sete netos que nasceram após o dilúvio (10:1-3). Esses, repartiram entre si as ilhas das nações considerando quatro critérios: terra, língua, família, nação (10:5). O texto bíblico não menciona onde estavam localizadas essas ilhas. Segundo o filólogo Pedro Carvalho (Nota 6), um apaixonado e divulgador da genealogia, em seu artigo Resumo da Bíblia que Jafé foi o ancestral dos europeus, o progenitor dos povos que habitam ou habitaram a Europa, Ásia Central e Ásia Oriental.

2) Cam teve quatro filhos e quinze netos, dois bisnetos. Ninrode, filho de Cuxe e neto de Cam, se destacou em sua família como um valente e poderoso caçador diante do Senhor. Esse homem fundou as cidades de Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.  Segundo o site Apologeta, “A terra de Sinar provavelmente é a mesma Babilônia ou sul da Mesopotâmia, estendendo-se quase ao Golfo Pérsico. Aqui a torre de Babel foi construída (Gênesis 11:1-6) e a cidade de Babilônia. O nome ocorre mais tarde na história judaica( Isaías 11:11; Zacarias 5:11)”. Em hebraico, Sinar provavelmente significa “país de dois rios” (Site Apologeta). Depois Ninrode  foi para a Assíria e edificou as cidades de Nínive, Reobote-Ir , Calá e Resém, essa última ficava entre Nínive e Calá e era uma grande cidade (10:9-12). 

De Casluim, filho de Mizraim e neto de Cam, veio o povo filisteu (10:14). Segundo o historiador Jeferson Evandro M. Ramos (Nota 7), “Os filisteus eram um povo de origem egeia que se estabeleceu na costa sul da Palestina (Mediterrâneo Oriental) por volta do século XII a.C., durante um período que coincidiu com a chegada dos israelitas. Sua presença no Levante, uma área que inclui o moderno Israel, Gaza, Líbano e Síria, marcou um capítulo significativo na história antiga da região. Os filisteus são mais conhecidos a partir de relatos bíblicos como adversários dos israelitas [...]. Era um povo politeísta, adoradores dos deuses Baal, Astarte, Aserá e Dagom”. Por vários séculos, os filisteus foram um dos principais adversários dos israelitas (hebreus).

De Hete, filho de Canaã e neto de Cam,  surgiram dez povos: jebuseus, amorreus, girgaseus, heveus, arqueus,  sineus, arvadeus, zemareus, hamateus; e cananeus (10:15-20). 

No tempo em que Josué conduziu a entrada e posse do povo de Israel em Canaã, a terra que Deus prometeu dar a Abraão e ao seus descendentes, os judeus (Gênesis 12:1-6; 13:14-18), sete nações poderosas habitavam Canaã (Êxodo 34:11,12; Deuteronômio 7:1-5). A ordem de Deus era para que o povo de Israel destruísse totalmente essas nações. Infelizmente, os israelitas não obedeceram a Deus (Josué 13:13; 15:63; 16:10; 17:12; Juízes 1:19, 21, 27-36). Ao invés de ser um povo santo, separado por Deus, com os anos e a convivência com esses povos idólatras, Israel deixou o Senhor e constantemente faziam o que era mau aos olhos do Senhor servindo aos deuses desses povos (Juízes 2:11-13, 17; 3:7, 12; 4:1; 6:1; 8:33; 10:1). 


Segundo Pedro Carvalho, Cam é ancestral dos africanos, progenitor dos povos que habitam ou habitaram o Norte de África e o sul da Eurásia.

3) Sem teve cinco filhos, seis netos, seis bisnetos e treze tataranetos. Há um fato interessante mencionado na genealogia de Sem e aconteceu nos dias em que seu bisneto Pelegue nasceu. A Bíblia registra em Gênesis 10:25; 11:16,17 era filho de Héber. O nome Pelegue significa “dividir, separar”. Nos dias em que ele nasceu, o texto bíblico dia que “a terra se repartiu”. No entanto, não há menção de uma divisão geográfica. O significado do nome de Pelegue pode ser uma referência ao evento que aconteceu nos dias em que ele nasceu em que, houve uma divisão das nações por conta da confusão de línguas na Torre de Babel. Até o tempo da construção da Torre de Babel (Gênesis 11), as pessoas falavam uma só língua e estavam construindo a torre para ficarem todos juntos num mesmo lugar. Foi na Torre de Babel que Deus criou muitas línguas e as pessoas se dividiram em grupos por língua falada, à medida em que elas se entendiam. 

Pedro Carvalho, menciona baseado no texto bíblico que Sem foi o ancestral dos hebreus e dos árabes, o progenitor dos povos que habitam ou habitaram o Oriente Médio. O mapa de ocupação da terra pelos filhos de Nóe pode elucidar a origem dos povos. 


III. A TORRE DE BABEL

Chegamos ao capítulo 11 de Gênesis e na conhecida história da Torre de Babel. Conforme dito
anteriormente, o texto bíblico é claro em afirmar que até então os habitantes da terra pós-diluvianos falavam ”apenas uma linguagem e uma só maneira de falar” (11:1). 

Outro deslocamento geográfico acontece com os descendentes de Noé. As pessoas saíram da região do Oriente (Leste) e foram para a terra de Sinar, lugar cujo relevo era de planície, e ali ficaram morando. Segundo pesquisadores da Bíblia, a terra ou região de Sinar (Nota 8) “... provavelmente é a mesma Babilônia ou sul da Mesopotâmia, estendendo-se quase ao Golfo Pérsico. O nome “Babilônia” ocorre mais tarde na história judaica (Isaías 11:11; Zacarias 5:11)". Essas duas passagens bíblicas se referem à “região de Sinar” , possivelmente Babilônia, para onde o povo judeu que habitava o Reino do Sul (Judá) foi levado cativo por Nabucodonosor, rei da Babilônia, e permaneceu lá por setenta anos (II Reis 24:10 a 25:22; Jeremias 25:1-14). 

Outra referência que temos de Sinar está em Gênesis 14:1 no tempo de Abraão, quando houve guerra de quatro reis contra cinco reis. Um desses reis quatro reis era Anrafel, rei de Sinar (Gênesis 14:9). 

Na planície de Sinar, os descendentes de Noé decidiram viver todos juntos, pois não queriam ser espalhados pela terra. Essa decisão contrariava a ordem de Deus ao criar o humano. Deus havia ordenado que o ser humano se multiplicasse e povoasse a terra toda (Gênesis 1:28). Outro intento que os descendentes de Noé pós-dilúvio tinham era tornar o nome de sua família célebre, ilustre e famosa. Para isso decidiram construir uma cidade e uma torre tão alta quanto o seu orgulho – “Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra”.  Lembremos que a construção dessa cidade chamada de Babel foi encabeçada pelo desbravador Ninrode, o tataraneto de Noé (Gênesis 10:8-10). 

Mas como a Palavra de Deus nos ensina “Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos” (Provérbios 16:9), Deus viu a iniciativa humana de, mais uma vez, fazer a sua vontade própria e deixá-LO de fora (11:5,6 – “Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam;6 e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer” ). Para pôr um fim a essa rebeldia, a Trindade Santa novamente age no sentido de fazer prevalecer a vontade de Deus que “é boa, agradável e perfeita” (Romanos 12:2). 

Fico imaginando os trabalhadores empenhados na construção e, de repente, ao pedir material uns para os outros, já não entendiam o que o outro dizia. Uma confusão linguística se instalou, daí o significado de Babel ser “confundir, confusão, vozearia confusa, mistura confusa de sons” “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro” (11:7). Deus confundiu a linguagem que até então era a única e criou uma diversidade linguística e cultural, pois o povo se espalhou, se repartiu para outros lugares formando agrupamentos linguísticos. A construção da Torre de Babel parou, o povo se repartiu pela terra expandido a ocupação territorial e criando a divisão política que temos hoje – “Destarte [Assim], o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra; e cessaram de edificar a cidade. Chamou-se-lhe, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela”  (11:8,9).  A história bíblica da Torre de Babel nos ensina que não é Deus quem confunde, mas sim as pessoas. Deus põe ordem na confusão humana de forma criativa e inteligente!


Atualmente, a população mundial é de 8,12 bilhões de pessoas que vivem em 195 países (dados de 2024) (Nota 9) , divididos em seis continentes: América, Europa, África, Ásia, Oceania e Antártida (ou Antártica). No mundo são faladas atualmente 7.396 línguas (Nota 10).

Para nós os cristãos a diversidade linguística é um grande desafio que faz parte da Grande Comissão deixada por Jesus – “ Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”  (Mateus 28:18-20). É nossa responsabilidade levar as mensagens das boas de Salvação em Jesus Cristo às pessoas que fazem parte de todos os povos, todas as tribos, todas as línguas,  todas as nações. 


CONCLUSÃO

Podemos tirar muitas lições para a nossa vida da Criação até a Torre de Babel. Quero compartilhar aqui algumas delas:

1) Nosso Deus é um Deus de ordem, de organização.   (I Coríntios 14:40).

2) Tudo o que Deus faz, Ele o faz com excelência e zelo.   (I Coríntios 12:31).

3) A Criação de Deus revela a Sua glória, Poder e Majestade ( Neemias 9:6; Salmo 19:1; Romanos 1:20; Colossenses 1:16).

4) Todas gerações precisam saber da existência de Deus, não podemos silenciar e deixar de fazer Deus e suas ações conhecidas a partir de nossa família, pois caso contrário, ela tende a se afastar do Senhor  (Gên. 4:26; 6:1-7; Juízes 2:10-13).

5) A desobediência e a rebeldia do ser humano não frustra os planos de Deus para a pessoa e nem para a humanidade em geral (Jó 42:2).

6) Deus deu oportunidade a Caim de se arrepender, mas ele preferiu fazer a sua vontade própria do que a vontade de Deus; preferiu se afastar do que viver em comunhão com Deus. Deus respeita o livre-arbítrio, mas o ser humano sofre as consequências derivadas de suas más escolhas (Romanos 1:21-31).

7) A expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden foi um ato de amor, da graça e da misericórdia de Deus com o casal, pois agora pecadores, poderiam tentar consertar o seu erro e condenar eternamente toda a raça humana a viver banida eternamente da presença de Deus, sem esperança de salvação (Gênesis 3:22). 

8) A disciplina de Deus na vida do cristão tem como propósito a redenção da alma do pecador (Hebreus 12:2).

9) Deus não é Deus de confusão. Ele põe ordem na confusão humana demonstrando que é Ele quem está no controle (Isaías 55:8,9; Romanos 8:28; Jeremias 29:11; Provérbios 19:21). 

10) Quando Deus encontra um justo, Ele se compadece e salva, assim como fez com Noé (Gênesis 5:22a, 24). 

11) A diversidade linguística que temos hoje é uma criação de Deus e um desafio para nós cristãos a fim de que todos os povos O conheçam e O adorem  (Salmo 67; Daniel 7:14).


Notas de rodapé (bibliografia):

Nota 1

VIEIRA, Nathan. Deuses da astronomia: Como os indígenas brasileiros interpretavam os astros. Disponível em https://canaltech.com.br/espaco/como-os-indigenas-brasileiros-interpretavam-os-astros-170790/. Acessado em 11.fev.2025 às 10h25. 

Nota 2 

Ecossistema. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-ecossistema.htm. Acessado em 03.fev.2025 às 18h28.

Nota 3

SILVA, Rodrigo. Onde fica o Éden? Vídeo Disponível em https://youtu.be/I24AlTOV7gY. Acessado em 03.fev.2025, de 09h às 18h.

Nota 4

MOURA, Ozeas C. Qual foi o sinal que Deus colocou em Caim e o que ele significava. Disponível em https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/o-que-era-o-sinal-de-caim-e-o-que-ele-significava/. Acessado em 11.fev.2025 às 18h23. 

Nota 5

Ruínas encontradas na Turquia podem ser a Arca de Noé, revelam arqueólogos. Disponível em https://www.terra.com.br/noticias/mundo/ruinas-encontradas-na-turquia-podem-ser-a-arca-de-noe-revelam-arqueologos-imagens,56b7a380d25cbb941ae95b79a2633453jgdbgb2j.html?utm_source=clipboard . Acessado por Raquel Alcantara em 04.fev.2025 às 16h54. [foto e reportagem enviada por Tânia Lobo].

Nota 6

CARVALHO, Pedro. A fascinante história da árvore genealógica de Noé.  Disponível em https://arvoregenealogica.online/historia/noe/. Acessado em 12.fev.2025 às 16h02.

Nota 7

RAMOS. Jeferson Evandro M. Filisteus. Disponível em https://www.suapesquisa.com/respostas_historia/filisteus.htm. Acessado em 12.fev.2025 às 15h43. 

Nota 8

Terra de Sinar. Disponível em https://www.apologeta.com.br/terra-de-sinar/. Acessado em 04.fev.2025 às 16h28. 

Nota 9

FERREIRA, Gilvan. Quantos países existem no mundo? Disponível em https://turismomundo.com.br/quantos-paises-existem-no-mundo-atualizado-em-2024/. Acessado em 13.fev.2024 às 12h11. 

Nota 10

Estatística da Tradução da Bíblia. Disponível em https://www.wycliffe.net/pt-br/recursos/estatisticas/. Acessado em 04.fev.2025 às 18h36.