ADVERTÊNCIA CONTRA A DUREZA DE CORAÇÃO
(INCREDULIDADE)
Texto de Base: Hebreus 3:7-19
Textos Correlacionados: Números 20:1-13;
Salmo 78:15-17; Salmo 95:7-11;
CINCO ADVERTÊNCIAS OU EXORTAÇÕES NO LIVRO
DE HEBREUS:
1. Primeira
advertência: 2:1-4 – não desviar da
Palavra por negligência
2. Segunda
advertência: 3:7-4:13 – não duvidar
da Palavra por dureza de coração
3. Terceira
advertência: 5:11-6:20 – Não desistir
da Palavra por indolência
4. Quarta
advertência: 10:26-39 – Não desprezar
a Palavra através de pecado voluntário
5. Quinta
advertência: 12:14-29 – Não desobedecer
à Palavra por obstinação
I.
OS
DESTINATÁRIOS DO LIVRO AOS HEBREUS:
Lembremos que, há grandes evidências de que o livro de Hebreus foi
escrito para um grupo de hebreus em particular, tendo em vista que o autor
refere-se à condição espiritual dos leitores (Hebreus. 3:1; 6:10; 5:11-14;
7:11). Para muitos historiadores, este grupo achava-se em Jerusalém pelo fato
de conhecerem muito bem o culto do templo assim como o sistema de sacrifícios.
Além disso, concorda-se que muitos dos judeus crentes em Jerusalém eram
sacerdotes e fariseus (Atos 6:7; 15:5).
Hoje vamos estudar uma parte da segunda advertência, antes, porém, vamos
definir o que é incredulidade.
Dicionário Michaelis[1]: 1 Falta de credulidade. 2 Qualidade de quem é incrédulo.3 Disposição para não acreditar. 4 Falta de credo, falta de fé. 5 Irreligião; ateísmo.
Dicionário Priberam[2]: 1. Falta de crença; descrença; 2. Repugnância em crer; 3. Ateísmo.
A fim de advertir os crentes hebreus, o autor traz
à memória do povo o seu passado histórico de caminhada no deserto rumo à terra
prometida.
Passemos ao estudo do texto:
V. 7: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz,” – Em primeiro lugar, o autor deixa claro que quem adverte/exorta o
povo é o Espírito Santo. Em segundo lugar, ele afirma que o tempo apropriado
para o arrependimento é o dia de Hoje, o tempo presente da vida do ser humano.
Não tem por que protelar o arrependimento, pois o dia do amanhã não pertence ao
ser humano, conforme lemos:
“Não te glories do dia de
amanhã, porque não sabes o que trará à luz”
(Provérbios 27:1 – Versão Revista e Atualizada)
“Agora escutem, vocês que dizem: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade
e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro! Vocês não
sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira,
que aparece por algum tempo e logo depois desaparece”
(Tiago 4:13,14 – NTLH)
Vs.
8,9: “não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia
da tentação no deserto, onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e
viram as minhas obras por quarenta anos” – O autor leva seus ouvintes ao acontecimento narrado em
Números 20:1-13, quando os seus pais no deserto provocaram a ira de Deus.
Ainda no
Egito, os judeus receberam de Deus a instituição da Páscoa. Os judeus deveriam
celebrar sua libertação do cativeiro do Egito no dia 10 do mês de Nisan[3], o
primeiro mês do calendário judeu (Êxodo 12:1,2). Deus enviou a décima praga
(Êxodo 12:29,30), a morte dos primogênitos, que atingiu os egípcios, porém o
povo de Deus foi poupado. Após saírem do Egito, foram perseguidos pelo exército
de Faraó e mais uma vez Deus operou maravilhas livrando o povo de seus
perseguidores. Deus abriu o Mar Vermelho e o povo atravessou à seco o mar,
porém o exército de Faraó pereceu nas águas (Êxodo 14).
Livres de
seus opressores, o povo iniciou sua jornada à terra prometida. Entretanto, a
jornada não foi tranquila, mas marcada por muita murmuração contra Deus e a
liderança por Ele constituída. Por dez vezes, o povo provocou a ira de Deus –
“...todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz,”
(Números 14:22b).
II.
AS DEZ PROVOCAÇÕES
PRIMEIRA PROVOCAÇÃO: Do Mar Vermelho, caminharam por 3 dias no
Deserto de Sur e faltou água. Caminharam mais um pouco e acharam água, mas era
amarga. O povo murmurou contra Moisés.
Através de Moisés, Deus operou o milagre transformando a água amarga em água
doce, potável e própria para o consumo. Aquele lugar ficou conhecido como Mara,
que quer dizer amarga (Êxodo 15:22-25).
Continuaram
a caminhada e chegaram em Elim. Neste local Deus os abençoou com 12 fontes de
água e 70 palmeiras. Ali ficaram acampados até o dia 15 do mês de Iyar[4], o
segundo mês. De Elim foram para o deserto de Sim. Até então, o povo havia
caminhado por 1 mês e 5 dias.
SEGUNDA PROVOCAÇÃO: No deserto de Sim, novamente o povo murmurou contra Moisés porque estavam
sem comida. Disseram os maiores impropérios contra seu líder, o servo de Deus.
A ingratidão foi tão extrema que desejaram ter morrido no Egito do que morrer
de fome no deserto. Deus supriu o povo enviando o maná (Êxodo 16:1-10).
Mesmo
supridos com o Maná enviado do céu por Deus, o povo continuou murmurando contra
Moisés. Cansado das murmurações, Moisés chamou o povo à consciência de que as
murmurações deles não eram contra ele e Arão enquanto líderes, mas contra o
próprio Deus – “... porquanto o Senhor
ouviu as vossas murmurações, com que vos queixais contra ele; pois quem somos
nós? As vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o SENHOR”
(Êxodo 16:8b). Deus enviou carne de codornizes e continuou enviando o maná
também (Êxodo 16:11-36).
TERCEIRA PROVOCAÇÃO: Do deserto de Sim, o povo partiu acampando
até chegar em Refidim. Em Refidim, porém, não havia água e o povo novamente murmurou contra Moisés. Mais uma vez o
ingrato povo se lembrou do Egito. Deus orientou Moisés a ir adiante com alguns
dos anciãos do povo como testemunhas, até a rocha em Horebe e feri-la com o seu
bordão, pois dela sairia água. Assim Moisés o fez e o povo foi suprido de água.
O nome daquele lugar se chamou Massá e Meribá (Êxodo 17:1-7).
QUARTA PROVOCAÇÃO: Depois de caminhar por 3 meses, o povo
chegou ao Deserto do Sinai no primeiro dia do mês de Sivan, o terceiro mês do
calendário judeu[5]. Deus ordenou a Moisés que
subisse no Monte Sinai a fim de receber os 10 mandamentos, a Lei. O povo ficou
esperando por 40 dias sob a liderança de Arão e, como Moisés demorou a voltar, o povo fez para si um bezerro de ouro,
obra de suas mãos para adorar. Abandonaram e deixaram Deus de lado. (Êxodo 32).
O povo foi disciplinado por Deus, recebeu as outras tábuas da Lei, orientações
para a construção do tabernáculo e regras de convivência em comunidade.
QUINTA PROVOCAÇÃO: O povo ficou no Monte Sinai por onze
meses, do mês de Sivan até o mês de Iyar. Reiniciaram a caminhada no segundo
mês do segundo ano, ou seja, no dia 20 do mês de Iyar. Partindo do Sinai, o
povo foi acampando em lugares que Deus designava por meio da nuvem que os
acampanhava. Entretanto, o povo voltou a
queixar-se de sua sorte e Deus muito se irou contra o povo. Como
disciplina, Deus mandou fogo e consumiu as extremidades do arraial. O povo
clamou e Moisés intercedeu pelo povo junto a Deus (Números 11:1-3).
SEXTA PROVOCAÇÃO: Entre os viajantes havia outras pessoas
que não eram do povo judeu. Eram consideradas estrangeiras. Elas também eram
beneficiadas com a provisão de alimento diariamente enviado por Deus, mas começaram a
sentir saudade das comidas que tinham no Egito, murmuraram, choram e
desdenharam do Maná. Todo o povo foi contagiado pelo murmúrio e a ira de
Deus se acendeu contra o povo. Mais uma vez, Moisés sentiu o peso de sua carga
e clamou a Deus. O Senhor orientou Moisés a escolher 70 anciãos para o
ajudarem. Deus supriu o povo enviando carne em grande quantidade até ao ponto
do povo ficar enfastiado. (Números 11).
SÉTIMA PROVOCAÇÃO: está relacionada ao ciúme de Arão e Miriã por Moisés em
dois sentidos: 1) por Moisés ter se casado com uma mulher de origem cuxita, ou
seja, da Etiópia e não ter se casado com uma mulher do seu próprio povo
(Números 12:1), 2) por ter sido ele o escolhido para liderar povo, ficando Arão
e Miriã como colaboradores. Para Arão e Miriã isso era mal aos seus olhos. Deus
se irou com esta atitude, puniu a Miriã com lepra. Ela ficou separada fora do
arraial por 7 dias. Depois disso, o povo partiu para o deserto de Parã (Números
12:1-16).
OITAVA PROVOCAÇÃO: No Deserto de Parã, Deus ordenou a
Moisés que enviasse 12 homens para espiar a Terra Prometida. Apenas dois deles,
Josué e Calebe, relataram positivamente, mas dez deles apresentaram um relatório
incrédulo que levou o povo ao desespero, à murmuração e à tentativa de
organizar um motim sob nova liderança a fim de voltar ao Egito de onde tinham
tanta saudade! (Números 13; 14:1-19). Por causa da incredulidade e rebeldia, já
estando às portas de entrar na Terra prometida, no descanso, Deus castigou o
povo condenando-os a passarem um total de 40 anos no deserto e ali morrerem,
com exceção de Josué e Calebe (Números 14:20-38).
NONA PROVOCAÇÃO: Corá, Datã e Abirão reuniram um grupo e
se levantaram em rebelião contra a
liderança de Moisés e Arão. Deus os puniu com a morte e fez saber ao povo
os líderes que Ele mesmo havia escolhido para dirigir o povo (Números 16).
DÉCIMA PROVOCAÇÃO: aconteceu no terceiro ano de jornada do
povo, no primeiro mês, o mês de Nisan. O povo havia chegado a Cades, no Deserto
de Zim. Mais uma vez, o povo murmurou e
praguejou contra Moisés e Arão porque não havia água ali. Para resolver a
situação, Deus ordenou a Moisés que chamasse Arão e o povo e, diante de todos
Moisés deveria falar à rocha, pois dela sairia água. Esta provocação custou
muito a Moisés. Mesmo tendo sido considerado por Deus um homem “mui mando, mais
do que todos os homens que havia sobre a terra” (Números 12:3), a paciência de
Moisés chegou ao limite e, ao invés de falar à rocha, Moisés a feriu duas vezes
com seu bordão. Por ter descumprido à ordem de Deus foi punido. Deus concedeu a
Moisés apenas que visse de longe a Terra Prometida, mas não permitiu que ele entrasse.
(Números 20:1-13).
O versículo
8 é uma alusão à terceira provocação e é repetido e, Salmo 95:8.
De
acordo com o site www.aBiblia.org, a
distância entre o Egito e Canaã é cerca de
“...500
quilômetros, dependendo das rotas consideradas, e, obviamente não justificam 40
anos de caminhada. Com certeza as caravanas daquele período faziam esse trajeto
em cerca de 1 mês. Considerando essas evidências, é óbvio que por trás da
narração bíblica existe algo mais do que uma simples história de uma viagem do
Egito para a Terra Prometida”[6].
A passagem
de Hebreus 3:7-19 confirma que a incredulidade, a desobediência, infidelidade a
Deus e a murmuração foram alguns dos motivos que levaram os judeus a não
entrarem em Canaã. Por 40 anos no deserto ficaram às portas da terra do
descanso. Aquela geração bem sabia de seu pecado e do juízo que Deus estava
exercendo sobre eles, visto que Deus mesmo disse:
“Neste
deserto, cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados
segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim
murmurastes; não entrareis na terra a respeito da qual jurei que vos faria
habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Mas
os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, farei entrar nela; e eles
conhecerão a terra que vós desprezastes. Porém, quanto a vós outros, o
vosso cadáver cairá neste deserto. Vossos filhos serão pastores neste
deserto quarenta anos e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que o
vosso cadáver se consuma neste deserto. Segundo o número dos dias em que
espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre
vós as vossas iniquidades quarenta anos e tereis experiência do meu
desagrado. Eu, o SENHOR, falei; assim farei a toda esta má congregação,
que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e aí falecerão”
(Números 14:29-35
Direcionado
por Deus, a rota escolhida por Moisés não foi a mais curta, mas também não tão
longa (Êxodo 13:17). A rota escolhida foi descrita[7] em
Êxodo 13:18 “O caminho do deserto do Mar Vermelho” e visava a segurança do
povo.
V.
10: “Por isso, me indignei contra essa geração e
disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus
caminhos” – Deus é por demais paciente e
misericordioso. Ele aguentou 40 anos de rebeldia, de ultraje, de rejeição, de
desobediência, de murmuração, de cegueira espiritual e tantos outros
impropérios. Deus se indignou com a ingratidão do povo. Ele tinha todos os
motivos para exterminar todo aquele povo, mas por amor ao seu servo Moisés e à
promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (Êxodo 33:1), Deus nunca abandonou o
povo. Todas as vezes que o povo se arrependia, Deus os perdoava. Deus é
longânimo!
PROMESSA A ABRAÃO:
Gênesis 12:1-3 - “Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e
vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei
o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que
te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Gênesis 13:14-17 - Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os
olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o
ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua
descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de
maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a
tua descendência. Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na
sua largura; porque eu ta darei.
PROMESSA A MOISÉS:
Êxodo 13:21,22 -
O SENHOR ia adiante deles, durante o
dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa
coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite.
Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo
durante a noite.
Êxodo 33:13-15: Agora, pois, se achei graça aos
teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu
te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu
povo. Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso. Então,
lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste
lugar.
V.11: “Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso” – o povo de Israel tratou Deus com desdém. Desdenhar é desprezar com orgulho, é menosprezar. Como
consequência, Deus decidiu que não entrariam na Terra Prometida, na terra do
descanso após 430 de cativeiro no Egito e de peregrinação no deserto conforme
Deuteronômio 1:34-36:
Tendo, pois, ouvido o
SENHOR as vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Certamente,
nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra que jurei dar a vossos
pais, salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei
a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir ao SENHOR.
Segundo explica KISTEMAKER (2003)[8], a terra que os israelitas estavam
prestes a possuir seria um DESCANSO, pois lá eles teriam uma habitação
permanente e segura ( Deuteronômio 1:9). A palavra DESCANSO, entretanto, tem um
significado mais profundo que o autor de Hebreus vai explicar no capítulo 4.
V.12: “Tende cuidado, irmãos, jamais
aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos
afaste do Deus vivo;” – A advertência prossegue
enfatizando que um coração incrédulo afasta a pessoa para longe de Deus.
Kistemaker
(idem) afirma que os leitores são exortados a permanecer com coragem e
esperança como membros da família de Deus. Eles não podem virar suas costas
para Cristo em descrença, pois afastar-se de Cristo é afastar-se de Deus... a
descrença – caracterizada pela desconfiança – primeiro se expressa na
desobediência, o que, por seu turno, resulta em apostasia. Os sinais da
apostasia são dureza de coração e inabilidade de arrependimento (Hebreus 3:13;
4:1; 6:6; 10:25-27; 12:15). As séries de contrastes
podem ser feitas:
Descrença
– fé
Desobediência
– escutar de maneira obediente
Negligência
– perseverança
Apostasia
– entrada para a vida
Endurecimento
- Salvação
V.13: “pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo
que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do
pecado” -
O autor adverte que, ao invés de se afastar de Deus, que é vivo e
santo, os judeus crentes, e, a igreja de Jesus Cristo nos dias atuais devem
viver em mútuo cuidado a fim de que ninguém venha a endurecer o coração.
O autor de Hebreus está ciente do poder de Satanás em enganar as
pessoas, por isso ele adverte que, como cristãos e membros pertencentes ao
corpo de Cristo, devemos encorajar uns aos outros conforme I Tessalonicenses 5:
11 – “Consolai-vos, pois, uns aos outros
e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo”.
Quando colocamos em prática este conselho, não há espaço para que
Satanás introduza suas garras de destruição na Igreja, pois ela está Unida à
Cristo e Nele Fortalecida:
I Coríntios 12:12; 12:24b-26 - Porque,
assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo... Deus coordenou o corpo, concedendo
muito mais honra àquilo que menos tinha, 25 para que não haja
divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em
favor uns dos outros.
V.14: “Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato,
guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos” –
este versículo explica o motivo pelo qual os crentes judeus, e os cristãos da
atualidade, não devem endurecer seus corações.
Não
condiz com a pessoa que participa com Cristo de Sua vida, morte e ressurreição
para uma nova vida, o fato de ter um coração endurecido pelo pecado. Pelo
contrário, o que é esperado de um coração cristão é que ele seja repleto de
ternos afetos – “Revesti-vos, pois, como
eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade,
de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Colossenses 3:12).
V.15: “Enquanto se diz: Hoje,
se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação - é uma necessidade diária nos
lembrarmos da advertência feita neste texto bíblico. O dia é HOJE, pois como
dissemos anteriormente, o amanhã não nos pertence.
Mais
uma vez o autor reforça os versículos 7 e 8 e, Salmo 95:7,8 chamando a atenção
para o perigo de endurecer o coração para Deus.
Vs.16-18: Ora, quais os que,
tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito
por intermédio de Moisés?” E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que
pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra quem jurou que não
entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?
No v. 16 o autor não deixa nenhuma dúvida na mente de seus
leitores ao afirmar que todos os antepassados dos judeus que saíram do Egito e
peregrinaram no deserto liderados por Moisés foram os que se rebelaram contra
Deus.
Para que a advertência fique bem reforçada, o autor faz três
perguntas contundentes e ele mesmo as responde. Ele conclui que:
- Todos que saíram do Egito sob a liderança de Moisés tomaram
conhecimento de Deus e de Seu poder, mas escolheram sua vontade humana e
própria de rebelar contra Deus e os líderes constituídos.
- Por terem se rebelado, Deus se indignou contra todos eles, durante
40 anos.
- Todos que se rebelaram contra Deus atraíram para si mesmos a
morte, a ira e o juízo de Deus, além de serem privados de entrar na terra do
descanso.
- A desobediência impediu o povo judeu de gozar do descanso na
Terra Prometida que mana leite e mel.
V.19: “Vemos,
pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade” –
A conclusão do autor é enfática. A incredulidade foi o motivo principal que
impediu o povo judeu de possuir a terra prometida por Deus. É necessário
salientar que eles não estavam tão distantes de Canaã. A incredulidade é um
pecado que atrai a morte e a separação. Deus tem preparado um descanso para as
pessoas, mas muitas têm desdenhado a Deus, preferindo a morte eterna do que a
vida eterna na glória com Jesus Cristo.
A descrença
(incredulidade) rouba do crente e do descrente o privilégio de gozar das bênçãos
de Deus.
[1]
Dicionário Michaelis Online. Disponível em http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/.
Acessado em 26.mar.2016 às 08:48.
[2]
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em https://www.priberam.pt/DLPO/.
Acessado em 26.mar.2016 às 08:51.
[3]
Mês de Nisan – é equivalente a
meados de março até meados de abril de nosso calendário.
[4]
Mês de Iyar - é equivalente a meados
de abril até meados de maio de nosso calendário.
[5]
Mês de Sivan – é equivalente a
meados de maio até meados de junho de nosso calendário.
[6]
Disponível em http://www.abiblia.org/ver.php?id=7521.
Acessado em 26.mar.2016 às 14:21.
[7]
HUBNER, Manu Marcus. AS JORNADAS DOS
ISRAELITAS PELO DESERTO. Disponível em http://www.uel.br/pos/letras/EL/vagao/EL10B-Art20.pdf.
Acessado em 26.mar.2016 às 15:01.
[8]
KISTEMAKER, Simon. HEBREUS: comentário do Novo Testamento. 1ª Edição. São Paulo: Editora
Cultura Cristã, 2003.