sábado, 9 de abril de 2016

Advertência contra a dureza de coração (incredulidade) - Hebreus 3:7-19

ADVERTÊNCIA CONTRA A DUREZA DE CORAÇÃO  (INCREDULIDADE)

Texto de Base: Hebreus 3:7-19
Textos Correlacionados: Números 20:1-13; Salmo 78:15-17; Salmo 95:7-11;

CINCO ADVERTÊNCIAS OU EXORTAÇÕES NO LIVRO DE HEBREUS:
1.     Primeira advertência: 2:1-4 – não desviar da Palavra por negligência
2.     Segunda advertência: 3:7-4:13 – não duvidar da Palavra por dureza de coração
3.     Terceira advertência: 5:11-6:20 – Não desistir da Palavra por indolência
4.     Quarta advertência: 10:26-39 – Não desprezar a Palavra através de pecado voluntário
5.     Quinta advertência: 12:14-29 – Não desobedecer à Palavra por obstinação


I.             OS DESTINATÁRIOS DO LIVRO AOS HEBREUS:
Lembremos que, há grandes evidências de que o livro de Hebreus foi escrito para um grupo de hebreus em particular, tendo em vista que o autor refere-se à condição espiritual dos leitores (Hebreus. 3:1; 6:10; 5:11-14; 7:11). Para muitos historiadores, este grupo achava-se em Jerusalém pelo fato de conhecerem muito bem o culto do templo assim como o sistema de sacrifícios. Além disso, concorda-se que muitos dos judeus crentes em Jerusalém eram sacerdotes e fariseus (Atos 6:7; 15:5).

Hoje vamos estudar uma parte da segunda advertência, antes, porém, vamos definir o que é incredulidade.

Dicionário Michaelis[1]: 1 Falta de credulidade. 2 Qualidade de quem é incrédulo.3 Disposição para não acreditar. 4 Falta de credo, falta de fé. 5 Irreligião; ateísmo.

Dicionário Priberam[2]: 1. Falta de crença; descrença; 2. Repugnância em crer; 3. Ateísmo.

A fim de advertir os crentes hebreus, o autor traz à memória do povo o seu passado histórico de caminhada no deserto rumo à terra prometida.

Passemos ao estudo do texto:

V. 7: Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz,” – Em primeiro lugar, o autor deixa claro que quem adverte/exorta o povo é o Espírito Santo. Em segundo lugar, ele afirma que o tempo apropriado para o arrependimento é o dia de Hoje, o tempo presente da vida do ser humano. Não tem por que protelar o arrependimento, pois o dia do amanhã não pertence ao ser humano, conforme lemos:

Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz
(Provérbios 27:1 – Versão Revista e Atualizada)

“Agora escutem, vocês que dizem: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro! Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece”
(Tiago 4:13,14 – NTLH)

Vs. 8,9: não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos” – O autor leva seus ouvintes ao acontecimento narrado em Números 20:1-13, quando os seus pais no deserto provocaram a ira de Deus.
Ainda no Egito, os judeus receberam de Deus a instituição da Páscoa. Os judeus deveriam celebrar sua libertação do cativeiro do Egito no dia 10 do mês de Nisan[3], o primeiro mês do calendário judeu (Êxodo 12:1,2). Deus enviou a décima praga (Êxodo 12:29,30), a morte dos primogênitos, que atingiu os egípcios, porém o povo de Deus foi poupado. Após saírem do Egito, foram perseguidos pelo exército de Faraó e mais uma vez Deus operou maravilhas livrando o povo de seus perseguidores. Deus abriu o Mar Vermelho e o povo atravessou à seco o mar, porém o exército de Faraó pereceu nas águas (Êxodo 14).
Livres de seus opressores, o povo iniciou sua jornada à terra prometida. Entretanto, a jornada não foi tranquila, mas marcada por muita murmuração contra Deus e a liderança por Ele constituída. Por dez vezes, o povo provocou a ira de Deus – “...todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz,” (Números 14:22b).

II.            AS DEZ PROVOCAÇÕES

PRIMEIRA PROVOCAÇÃO: Do Mar Vermelho, caminharam por 3 dias no Deserto de Sur e faltou água. Caminharam mais um pouco e acharam água, mas era amarga. O povo murmurou contra Moisés. Através de Moisés, Deus operou o milagre transformando a água amarga em água doce, potável e própria para o consumo. Aquele lugar ficou conhecido como Mara, que quer dizer amarga (Êxodo 15:22-25).
Continuaram a caminhada e chegaram em Elim. Neste local Deus os abençoou com 12 fontes de água e 70 palmeiras. Ali ficaram acampados até o dia 15 do mês de Iyar[4], o segundo mês. De Elim foram para o deserto de Sim. Até então, o povo havia caminhado por 1 mês e 5 dias.

SEGUNDA PROVOCAÇÃO: No deserto de Sim, novamente o povo murmurou contra Moisés porque estavam sem comida. Disseram os maiores impropérios contra seu líder, o servo de Deus. A ingratidão foi tão extrema que desejaram ter morrido no Egito do que morrer de fome no deserto. Deus supriu o povo enviando o maná (Êxodo 16:1-10).
Mesmo supridos com o Maná enviado do céu por Deus, o povo continuou murmurando contra Moisés. Cansado das murmurações, Moisés chamou o povo à consciência de que as murmurações deles não eram contra ele e Arão enquanto líderes, mas contra o próprio Deus – “... porquanto o Senhor ouviu as vossas murmurações, com que vos queixais contra ele; pois quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o SENHOR” (Êxodo 16:8b). Deus enviou carne de codornizes e continuou enviando o maná também (Êxodo 16:11-36).

TERCEIRA PROVOCAÇÃO: Do deserto de Sim, o povo partiu acampando até chegar em Refidim. Em Refidim, porém, não havia água e o povo novamente murmurou contra Moisés. Mais uma vez o ingrato povo se lembrou do Egito. Deus orientou Moisés a ir adiante com alguns dos anciãos do povo como testemunhas, até a rocha em Horebe e feri-la com o seu bordão, pois dela sairia água. Assim Moisés o fez e o povo foi suprido de água. O nome daquele lugar se chamou Massá e Meribá (Êxodo 17:1-7).

QUARTA PROVOCAÇÃO: Depois de caminhar por 3 meses, o povo chegou ao Deserto do Sinai no primeiro dia do mês de Sivan, o terceiro mês do calendário judeu[5]. Deus ordenou a Moisés que subisse no Monte Sinai a fim de receber os 10 mandamentos, a Lei. O povo ficou esperando por 40 dias sob a liderança de Arão e, como Moisés demorou a voltar, o povo fez para si um bezerro de ouro, obra de suas mãos para adorar. Abandonaram e deixaram Deus de lado. (Êxodo 32). O povo foi disciplinado por Deus, recebeu as outras tábuas da Lei, orientações para a construção do tabernáculo e regras de convivência em comunidade.

QUINTA PROVOCAÇÃO: O povo ficou no Monte Sinai por onze meses, do mês de Sivan até o mês de Iyar. Reiniciaram a caminhada no segundo mês do segundo ano, ou seja, no dia 20 do mês de Iyar. Partindo do Sinai, o povo foi acampando em lugares que Deus designava por meio da nuvem que os acampanhava. Entretanto, o povo voltou a queixar-se de sua sorte e Deus muito se irou contra o povo. Como disciplina, Deus mandou fogo e consumiu as extremidades do arraial. O povo clamou e Moisés intercedeu pelo povo junto a Deus (Números 11:1-3).

SEXTA PROVOCAÇÃO: Entre os viajantes havia outras pessoas que não eram do povo judeu. Eram consideradas estrangeiras. Elas também eram beneficiadas com a provisão de alimento diariamente enviado por Deus, mas começaram a  sentir saudade das comidas que tinham no Egito, murmuraram, choram e desdenharam do Maná. Todo o povo foi contagiado pelo murmúrio e a ira de Deus se acendeu contra o povo. Mais uma vez, Moisés sentiu o peso de sua carga e clamou a Deus. O Senhor orientou Moisés a escolher 70 anciãos para o ajudarem. Deus supriu o povo enviando carne em grande quantidade até ao ponto do povo ficar enfastiado. (Números 11).

SÉTIMA PROVOCAÇÃO: está relacionada ao ciúme de Arão e Miriã por Moisés em dois sentidos: 1) por Moisés ter se casado com uma mulher de origem cuxita, ou seja, da Etiópia e não ter se casado com uma mulher do seu próprio povo (Números 12:1), 2) por ter sido ele o escolhido para liderar povo, ficando Arão e Miriã como colaboradores. Para Arão e Miriã isso era mal aos seus olhos. Deus se irou com esta atitude, puniu a Miriã com lepra. Ela ficou separada fora do arraial por 7 dias. Depois disso, o povo partiu para o deserto de Parã (Números 12:1-16).

OITAVA PROVOCAÇÃO: No Deserto de Parã, Deus ordenou a Moisés que enviasse 12 homens para espiar a Terra Prometida. Apenas dois deles, Josué e Calebe, relataram positivamente, mas dez deles apresentaram um relatório incrédulo que levou o povo ao desespero, à murmuração e à tentativa de organizar um motim sob nova liderança a fim de voltar ao Egito de onde tinham tanta saudade! (Números 13; 14:1-19). Por causa da incredulidade e rebeldia, já estando às portas de entrar na Terra prometida, no descanso, Deus castigou o povo condenando-os a passarem um total de 40 anos no deserto e ali morrerem, com exceção de Josué e Calebe (Números 14:20-38).

NONA PROVOCAÇÃO: Corá, Datã e Abirão reuniram um grupo e se levantaram em rebelião contra a liderança de Moisés e Arão. Deus os puniu com a morte e fez saber ao povo os líderes que Ele mesmo havia escolhido para dirigir o povo (Números 16).

DÉCIMA PROVOCAÇÃO: aconteceu no terceiro ano de jornada do povo, no primeiro mês, o mês de Nisan. O povo havia chegado a Cades, no Deserto de Zim. Mais uma vez, o povo murmurou e praguejou contra Moisés e Arão porque não havia água ali. Para resolver a situação, Deus ordenou a Moisés que chamasse Arão e o povo e, diante de todos Moisés deveria falar à rocha, pois dela sairia água. Esta provocação custou muito a Moisés. Mesmo tendo sido considerado por Deus um homem “mui mando, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Números 12:3), a paciência de Moisés chegou ao limite e, ao invés de falar à rocha, Moisés a feriu duas vezes com seu bordão. Por ter descumprido à ordem de Deus foi punido. Deus concedeu a Moisés apenas que visse de longe a Terra Prometida, mas não permitiu que ele entrasse. (Números 20:1-13).

O versículo 8 é uma alusão à terceira provocação e é repetido e, Salmo 95:8.
De acordo com o site www.aBiblia.org, a distância entre o Egito e Canaã é cerca de

“...500 quilômetros, dependendo das rotas consideradas, e, obviamente não justificam 40 anos de caminhada. Com certeza as caravanas daquele período faziam esse trajeto em cerca de 1 mês. Considerando essas evidências, é óbvio que por trás da narração bíblica existe algo mais do que uma simples história de uma viagem do Egito para a Terra Prometida”[6].

A passagem de Hebreus 3:7-19 confirma que a incredulidade, a desobediência, infidelidade a Deus e a murmuração foram alguns dos motivos que levaram os judeus a não entrarem em Canaã. Por 40 anos no deserto ficaram às portas da terra do descanso. Aquela geração bem sabia de seu pecado e do juízo que Deus estava exercendo sobre eles, visto que Deus mesmo disse:

“Neste deserto, cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes; não entrareis na terra a respeito da qual jurei que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.  Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, farei entrar nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes. Porém, quanto a vós outros, o vosso cadáver cairá neste deserto. Vossos filhos serão pastores neste deserto quarenta anos e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que o vosso cadáver se consuma neste deserto. Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos e tereis experiência do meu desagrado. Eu, o SENHOR, falei; assim farei a toda esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e aí falecerão” (Números 14:29-35




Direcionado por Deus, a rota escolhida por Moisés não foi a mais curta, mas também não tão longa (Êxodo 13:17). A rota escolhida foi descrita[7] em Êxodo 13:18 “O caminho do deserto do Mar Vermelho” e visava a segurança do povo.

V. 10: Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos” – Deus é por demais paciente e misericordioso. Ele aguentou 40 anos de rebeldia, de ultraje, de rejeição, de desobediência, de murmuração, de cegueira espiritual e tantos outros impropérios. Deus se indignou com a ingratidão do povo. Ele tinha todos os motivos para exterminar todo aquele povo, mas por amor ao seu servo Moisés e à promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (Êxodo 33:1), Deus nunca abandonou o povo. Todas as vezes que o povo se arrependia, Deus os perdoava. Deus é longânimo! 

PROMESSA A ABRAÃO:
Gênesis 12:1-3 - “Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Gênesis 13:14-17 - Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência. Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na sua largura; porque eu ta darei.

PROMESSA A MOISÉS:
Êxodo 13:21,22O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite.

Êxodo 33:13-15: Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo. Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso. Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar.


V.11: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso” – o povo de Israel tratou Deus com desdém. Desdenhar é desprezar com orgulho, é menosprezar. Como consequência, Deus decidiu que não entrariam na Terra Prometida, na terra do descanso após 430 de cativeiro no Egito e de peregrinação no deserto conforme Deuteronômio 1:34-36: 

Tendo, pois, ouvido o SENHOR as vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra que jurei dar a vossos pais, salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir ao SENHOR.

            Segundo explica KISTEMAKER (2003)[8], a terra que os israelitas estavam prestes a possuir seria um DESCANSO, pois lá eles teriam uma habitação permanente e segura ( Deuteronômio 1:9). A palavra DESCANSO, entretanto, tem um significado mais profundo que o autor de Hebreus vai explicar no capítulo 4.
           
V.12: Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo;” – A advertência prossegue enfatizando que um coração incrédulo afasta a pessoa para longe de Deus.
Kistemaker (idem) afirma que os leitores são exortados a permanecer com coragem e esperança como membros da família de Deus. Eles não podem virar suas costas para Cristo em descrença, pois afastar-se de Cristo é afastar-se de Deus... a descrença – caracterizada pela desconfiança – primeiro se expressa na desobediência, o que, por seu turno, resulta em apostasia. Os sinais da apostasia são dureza de coração e inabilidade de arrependimento (Hebreus 3:13; 4:1; 6:6; 10:25-27; 12:15). As séries de contrastes podem ser feitas:
Descrença – fé
Desobediência – escutar de maneira obediente
Negligência – perseverança
Apostasia – entrada para a vida
Endurecimento - Salvação

V.13: pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” -  
O autor adverte que, ao invés de se afastar de Deus, que é vivo e santo, os judeus crentes, e, a igreja de Jesus Cristo nos dias atuais devem viver em mútuo cuidado a fim de que ninguém venha a endurecer o coração.
O autor de Hebreus está ciente do poder de Satanás em enganar as pessoas, por isso ele adverte que, como cristãos e membros pertencentes ao corpo de Cristo, devemos encorajar uns aos outros conforme I Tessalonicenses 5: 11 – “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo”.
Quando colocamos em prática este conselho, não há espaço para que Satanás introduza suas garras de destruição na Igreja, pois ela está Unida à Cristo e Nele Fortalecida:

I Coríntios 12:12; 12:24b-26 - Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo... Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, 25 para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.


V.14: “Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos” – este versículo explica o motivo pelo qual os crentes judeus, e os cristãos da atualidade, não devem endurecer seus corações.
Não condiz com a pessoa que participa com Cristo de Sua vida, morte e ressurreição para uma nova vida, o fato de ter um coração endurecido pelo pecado. Pelo contrário, o que é esperado de um coração cristão é que ele seja repleto de ternos afetos – “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Colossenses 3:12).

V.15: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação - é uma necessidade diária nos lembrarmos da advertência feita neste texto bíblico. O dia é HOJE, pois como dissemos anteriormente, o amanhã não nos pertence.
Mais uma vez o autor reforça os versículos 7 e 8 e, Salmo 95:7,8 chamando a atenção para o perigo de endurecer o coração para Deus.

Vs.16-18: Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?  E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?
No v. 16 o autor não deixa nenhuma dúvida na mente de seus leitores ao afirmar que todos os antepassados dos judeus que saíram do Egito e peregrinaram no deserto liderados por Moisés foram os que se rebelaram contra Deus.
Para que a advertência fique bem reforçada, o autor faz três perguntas contundentes e ele mesmo as responde. Ele conclui que:
- Todos que saíram do Egito sob a liderança de Moisés tomaram conhecimento de Deus e de Seu poder, mas escolheram sua vontade humana e própria de rebelar contra Deus e os líderes constituídos.
- Por terem se rebelado, Deus se indignou contra todos eles, durante 40 anos.
- Todos que se rebelaram contra Deus atraíram para si mesmos a morte, a ira e o juízo de Deus, além de serem privados de entrar na terra do descanso.
- A desobediência impediu o povo judeu de gozar do descanso na Terra Prometida que mana leite e mel.

V.19:  “Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade” – A conclusão do autor é enfática. A incredulidade foi o motivo principal que impediu o povo judeu de possuir a terra prometida por Deus. É necessário salientar que eles não estavam tão distantes de Canaã. A incredulidade é um pecado que atrai a morte e a separação. Deus tem preparado um descanso para as pessoas, mas muitas têm desdenhado a Deus, preferindo a morte eterna do que a vida eterna na glória com Jesus Cristo.
            A descrença (incredulidade) rouba do crente e do descrente o privilégio de gozar das bênçãos de Deus.





[1] Dicionário Michaelis Online. Disponível em http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/. Acessado em 26.mar.2016 às 08:48.
[2] Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em https://www.priberam.pt/DLPO/. Acessado em 26.mar.2016 às 08:51.

[3] Mês de Nisan – é equivalente a meados de março até meados de abril de nosso calendário.
[4] Mês de Iyar - é equivalente a meados de abril até meados de maio de nosso calendário.
[5] Mês de Sivan – é equivalente a meados de maio até meados de junho de nosso calendário.
[6] Disponível em http://www.abiblia.org/ver.php?id=7521. Acessado em 26.mar.2016 às 14:21.
[7] HUBNER, Manu Marcus. AS JORNADAS DOS ISRAELITAS PELO DESERTO. Disponível em http://www.uel.br/pos/letras/EL/vagao/EL10B-Art20.pdf. Acessado em 26.mar.2016  às 15:01.
[8] KISTEMAKER, Simon. HEBREUS: comentário do Novo Testamento. 1ª Edição. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003. 

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