terça-feira, 1 de março de 2022

Ética Cristã: O cristão e a Política

Este estudo foi ministrado na Classe Bereanos, da Primeira Igreja Batista de Sobradinho-DF, no dia 27 de fevereiro de 2022. 

 


ÉTICA CRISTÃ: O CRISTÃO E A POLÍTICA


Professora: Raquel Sueli de Almeida Alcantara da Silva

 

Textos Bíblicos: Romanos 13:1-7; Isaías 5:8; Deuteronômio 17:18-20; Provérbios 29:2

 

INTRODUÇÃO

Para o estudo de hoje, vamos começar com algumas definições. Vamos tomar o pensamento do filósofo grego Aristóteles. Diz ele:












O homem é por natureza um animal político, tem primeiro na família sua socialização e garantia da manutenção da vida em seus aspectos financeiros e educativos, mas é na Polis que se realiza plenamente, encontrando no fiel cumprimento das leis a justiça, dado que só podemos ser felizes no exercício da justa medida, ou seja, sendo prudentes e encontrando o meio termo em nossas ações”.


 Estudioso das Ciências da Natureza, Aristóteles classifica o homem como um ser pertencente ao Reino Animal. Para o filósofo, o homem é um ser político que, pode até ser apartidário, mas nunca apolítico, pois o ser humano tem por natureza a necessidade de viver em sociedade, ele precisa desse convívio e, por reconhecer essa necessidade, cada cidadão deve se responsabilizar pela Polis. No grego, a POLIS significa  “cidade”; a POLÍTICA significa as “ações referentes à vida em sociedade” e, POLÍTICOS são “todos os cidadãos” (no século XXI).[1] A concepção de política segundo Aristóteles está estritamente ligada à moral. Para ele, a sociedade tem um papel muito importante no desenvolvimento intelectual e moral dos seus cidadãos. Ser Apolítico, isto é, ser alguém que não se interessa por política, ou seja, pelas ações referentes à vida em sociedade, é impossível, pois todos nós vivemos em sociedade e emitimos em dado momento nossas opiniões”[2]. O Pr. Hernandes Dias Lopes afirma que “tentar ser apolítico é cair no escapismo[3]”, ou seja, é ser uma pessoa propensa a fugir da realidade ou do cotidiano, por meio da abstração, da fantasia, geralmente para não vivenciar situações ruins para não as resolver; posição de autodefesa.

Pr. Elinaldo Renovato de Lima, em seu livro Ética Cristã cita que originalmente, “Política” significava o conhecimento, a participação, a defesa e a gestão dos negócios da polis"[4] (Cidade-Estado, na Grécia — citado em Cristianismo e Política, p. 19). Tomando o conceito de que a palavra “política” vem do grego Polis, o Pr. Elinaldo cita a definição da Enciclopédia de Bíblia, Filosofia e Teologia, p. 769 de que “A política, pois, procura determinar a conduta ideal do Estado, pelo que seria uma ética social. Ela procura definir quais são o caráter, a natureza e os alvos do governo. Trata-se do estudo do governo ideal”. Renovato também menciona e pondera o pensamento de alguns filósofos:


Platão: enfatizava o predomínio do indivíduo, sobretudo dos filósofos, e defendia um Estado comunista;

Aristóteles: destacava o valor da família como “unidade central do Estado e não o indivíduo...”; propugnava [defendia] um sistema misto de governo, com destaque para um tipo de democracia (não popular) criticando o Estado comunista defendido por Platão;

Agostinho: via a política como a reguladora dos conflitos entre a Igreja e o Estado;

Maquiavel, o filósofo italiano: defendia a supremacia do Estado, advogando que todos os meios seriam lícitos, desde que os fins fossem bons. É a famosa máxima, segundo a qual “os fins justificam os meios”.



Vimos então que os conceitos a respeito de política são amplos e divergentes. Por isso, no estudo de hoje não vamos discutir política, mas focar nossa atenção e coração para alguns princípios referentes à Política ou de governo à luz da Bíblia, a inerrante Palavra de Deus.

 I.         A ORIGEM DAS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS (Romanos 13:1,2)

Não se sabe exatamente como a igreja se formou em Roma, mas hipóteses. Uma delas, a mais provável, é a de que por ocasião do Pentecostes havia cidadãos romanos em Jerusalém, os quais ouviram o evangelho em sua própria língua materna conforme Atos 2:6, 8-11 – 6Assim, quando se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que foi tomada de perplexidade, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 8Então como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? 9Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, 10da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, 11tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes. Como os ouvimos falar sobre as grandezas de Deus em nossas próprias línguas?” . Entretanto, não há o registro de que houve conversão de romanos naquele dia. Comentaristas cogitam que a igreja “talvez tenha sido fundada pelos convertidos do dia de Pentecostes ao retornarem às suas casas em Roma, regozijando-se na fé recém-descoberta” (O Novo Dicionário da Bíblia, p. 1412-1417)[5].  O fato é que, quando Paulo escreveu a Carta aos Romanos, havia uma igreja cristã já estabelecida naquela cidade. 
Coliseu Romano

Quanto à composição da igreja em Roma, comentaristas argumentam que a igreja era composta de gentios e judeus, sendo que os gentios eram a maioria. Essa afirmação se sustenta pelo fato de que em algumas partes da carta Paulo se dirige aos judeus mencionando Abraão chamando-o de “nosso pai” (Romanos 4:1) e quando se dirige a um interrogador judeu (Romanos 2). Em outras partes Paulo volta o pensamento exclusivamente para os gentios (Romanos 1:5 – Por meio dele viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência da fé, entre todos os gentios” , em Romanos 11: 13 – Dirijo-me a vocês que são gentios. Visto que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério” ).

Em uma igreja que havia diversidade cultural, certamente os cristãos de Roma estavam enfrentando algumas dificuldades, por isso o apóstolo escreve para orientá-los em algumas questões éticas. No capítulo 13:1-7 Paulo se dedica a ensinar os cristãos sobre a importância de obedecer ao governo civil instituído.

 1Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.

O primeiro ensino é enfático e é transmitido como uma ordem, seguido do motivo e da origem da autoridade – “Todo homem (pessoa) esteja sujeito às autoridades superiores” (ordem). Judeu ou gentio, essa ordem não exclui ninguém. O motivo pelo qual se deve obedecer é “porque não há autoridade que não proceda de Deus”. A origem de onde emana a autoridade é Deus Quem as constituiu “e as autoridades que existem foram por ele (Deus) constituídas”.

Mesmo que as autoridades constituídas não sejam aquelas que escolhemos, devemos como cristãos praticar o princípio do respeito. O olhar humano sobre a situação não é e nunca será como o olhar de Deus. Assim sendo, Quem constituiu as autoridades superiores está acima delas e tem poder tanto para colocá-las como para destituí-las conforme lemos em:


Salmo 75:7 - Deus é o juiz; a um abate, a outro exalta”.

Daniel 2:21 - é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes”.

Daniel 4:17 - Esta sentença é por decreto dos vigilantes, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles”

Daniel 4:25 - serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer”.

Daniel 4:34,35 – Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é  sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”.



E quando a autoridade é corrupta e ditadora? Hernandes Dias Lopes nos assegura que [6]:


É óbvio que o apóstolo Paulo não está dizendo que Deus é o responsável moral pelos magistrados ditadores e corruptos que ascendem ao poder. Deus instituiu o princípio do governo e da ordem e não o despotismo[7]. As autoridades não podem domesticar a consciência dos cidadãos nem desrespeitar a sua fé. Nossa sujeição às autoridades não é submissão servil nem subserviência[8], mas submissão crítica e positiva. A relação entre a Igreja e o Estado deve ser de respeito e não de subserviência. Deus não é Deus de confusão nem aprova a anarquia. Deus instituiu a família, a igreja e o Estado para que haja ordem na terra e justiça entre os homens.

 

Portanto, “o governo civil é ordenado por Deus e os crentes devem ser cidadãos cumpridores das leis do governo sob o qual vivem, em todas as relações da vida diária” (Manual Bíblico, p. 520)[9]. A exceção para a não obediência às autoridades constituídas é quando a autoridade obriga o cidadão cristão a práticas que contrariam a sua fé em Deus. Sobre essa exceção é propício mencionar o exemplo de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, os amigos de Daniel que se recusaram a adorar a imagem de ouro do rei Nabucodonosor e foram lançados vivos em uma fornalha de fogo ardente (Daniel 3). Deus livrou os três amigos e saíram com vida da fornalha. Outro exemplo é Daniel que também foi acusado de não fazer suas orações direcionadas a um ser humano, o rei Dario, como se fosse um deus. Daniel foi lançado na cova dos leões, mas Deus o guardou durante toda aquela noite e ele saiu ileso da cova pela manhã (Daniel 6). 

Pedro e os apóstolos foram presos por proclamar o evangelho em Jerusalém. Deus enviou um anjo que os libertou da prisão. Quando interrogados no Sinédrio e ameaçados para que não pregassem sobre Jesus Cristo, eles ousadamente testemunharam (Atos 5:17-32). Hernandes Dias Lopes diz que Quando [...] as autoridades [...] passam a promover o mal e a proibir o bem, chamando luz de trevas e trevas de luz, cabe a nós, alertar as autoridades a voltarem à sua vocação. Se essas autoridades, porém, quiserem nos impor leis injustas, forçando-nos a negar a nossa fé, cabe-nos agir como os apóstolos: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

2De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação”.

 O segundo ensino fala sobre a relação causa (origem ou motivo) e efeito (consequência). Paulo afirma que toda pessoa que insiste em se opor e/ou resistir (causa) à autoridade constituída trará sobre si mesmo a condenação, ou seja, o castigo (efeito), além de ser uma resistência direta contra o próprio Deus.


Quando os cidadãos, sejam cristãos ou não cristãos, rejeitam a autoridade humana constituída por Deus é o mesmo que estar rejeitando a Deus que as constituiu. A Bíblia relata que quando os judeus chegaram diante do profeta Samuel e pediram que ungisse um rei para eles, pois queriam ter um rei como as demais nações, Samuel não se agradou das palavras do povo e se sentiu rejeitado. O profeta orou, apresentou para Deus o pedido do povo e o Senhor deu a seguinte resposta para Samuel: “Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele” (I Samuel 8:7). Essas palavras de Deus, no meu entender, fazem cair por terra o provérbio popular de que “a voz do povo é a voz de Deus” (Vox Populi, Vox Dei- no latim). O ser humano é pecador e tem o coração degenerado como diz o profeta – “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? (Jeremias 17:9). Por isso, como alguém com essa natureza poderia ser a voz e a boca de Deus? A voz do povo não é jamais será a voz de Deus! 

 

II.      A NATUREZA DAS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS (Romanos 13:3)

3Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,

Em seu artigo denominado “Uma reflexão sobre o cristão e a Política”[10] Hernandes Dias Lopes considera quatro características sobre a natureza das autoridades constituídas no texto de Romanos:

1.   Autoridades constituídas não devem ser absolutistas:

D. Pedro I

         Se voltarmos para a história do Brasil veremos que o Absolutismo[11] foi uma forma de governo que predominou na Europa entre os Séculos 16 a 19 e que prezava pelo poder absoluto, total e centralizador do monarca. Esse tipo de governo, também priorizava atender a nobreza feudal (grandes detentores de terras) e a burguesia mercantil (detentores dos meios de produção, comerciantes, profissionais liberais, banqueiros, ricos, pequenos comerciantes, artesãos, jornalistas). Com o poder concentrado no rei, cabia a ele a criação de impostos, determinação e imposição das leis, garantir a segurança do reino, sufocar rebeliões, revoltas e impedir invasões e ataques

estrangeiros. Com o domínio de Portugal no governo do Brasil, nosso país não escapou desse modelo de governo absolutista transportado da Europa.

Ao declarar o Brasil uma nação independente de Portugal, D. Pedro I (1822 – 1831)[12] instalou um governo absolutista, centralizando em suas mãos o poder com o assessoramento de um reduzido grupo de colaboradores. A postura do monarca descontentou diversos setores da sociedade brasileira, sobretudo a elite proprietária de terras e as classes médias urbanas envolvidas pelos ideais do liberalismo. O liberalismo tinha como objetivos lutar contra o sistema de colônias, a abolição dos escravos, e a abertura econômica das colônias, direitos individuais (incluindo direitos civis e direitos humanos), o livre mercado, a democracia, o secularismo, a igualdade de gênero, igualdade racial, entre outros. Em alguns lugares do país desencadearam rebeliões as quais o imperador reprimiu com violência. Ao mesmo tempo, D. Pedro I procurou se aproximar do grupo português que sonhava com a recolonização do Brasil. Essa atitude desagradou os comerciantes brasileiros, sobretudo os latifundiários (pessoas que tinham grandes propriedades e cultivavam com o uso de mão de obra escrava). Pressionado e questionado a respeito de sua forma de governo, D. Pedro I renunciou o trono, entregou ao seu filho D. Pedro II e voltou para Portugal sem a família. O Absolutismo, portanto, é uma forma de governo de cunho centralizador e baseado nos interesses pessoais do(s) governantes e não no bem do povo.  

Com o passar dos anos a monarquia foi perdendo sua sustentação política, grandes grupos compostos por republicanos e militares atuavam contra essa forma de governo até que no dia 15 de novembro de 1889, um golpe foi iniciado pela ação do marechal Deodoro da Fonseca. No decorrer desse dia, a república foi proclamada por José do Patrocínio. Para a república ser de fato consolidada, D. Pedro II e sua família receberam um ultimato no dia 16 de novembro de 1889 para que a família real deixasse o país em 24 horas, o que aconteceu no dia seguinte quando retornaram para Portugal.

Por ser baseado no interesse pessoal, o modelo de governo Absolutista só reforça a injustiça humana e exclui a justiça divina. Tim Challies[13], pastor da  igreja Grace Fellowship, em Toronto, no Canadá, considera sobre a justiça de Deus e a autoridade que Ele delega que: a)  Deus governa este mundo e Ele governa com justiça - “Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem” (Salmo 89:14) e, b) Deus delega autoridade e responsabilidade para nós, seres feitos à sua imagem, e Ele espera que exerçamos a justiça em seu nome - “Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam justiça” (Provérbios 8:15).

Isaías profetiza contra governos absolutistas, perversos, exploradores do povo e praticantes do pecado da ambição e da cobiça – Ai de vocês que adquirem casas e mais casas, propriedades e mais propriedades até não haver mais lugar para ninguém e vocês se tornarem os senhores absolutos da terra”  (Isaías 5:8). A lei do Ano do jubileu (Levítico 25:13; 27:24) e a lei que permitia que a mulher herdasse propriedade (Números 27:1-11) foram criadas a fim evitar a formação de latifúndios, ou seja, a concentração de grandes propriedades mas mãos dos ricos deixando os pobres ainda mais pobres. Isaías condena a falta de interesse das classes ricas no bem-estar do povo em geral, visto que se preocupavam apenas consigo mesmas e não se importavam caso o pobre fosse banido por completo. A situação estava chegando a um ponto em que os pobres logo perderiam o pouco que lhes restava, e somente os ricos usufruiriam dos produtos da terra[14]. Sobrava injustiça social e fraterna. O comentarista bíblico Joel Evangelista Bueno[15] afirma que A autoridade constituída por Deus tem a responsabilidade de exercer o poder recebido de acordo com a Justiça de Deus. Leis injustas que se omitem, incentivam ou apoiam o exercício do autoritarismo, da corrupção e da impunidade e atraem a disciplina de Deus”.

2.   As autoridades constituídas governam sob o governo de Deus:

Embora muitas autoridades constituídas, e até mesmo o povo não reconheçam que é Deus Quem institui as autoridades e governos; e, que elas estão onde estão pela permissão, vontade e desígnio de Deus, o governo terreno é comandado por Deus, porque conforme vimos anteriormente, é Ele quem eleva ao trono e Ele mesmo derruba. Deus tem o domínio sobre o governo humano. Para fundamentar um pouco mais essas declarações, vamos à Bíblia Sagrada no tempo dos juízes. Nesse período houve 12 juízes e foi um tempo marcado pela instabilidade espiritual, política e econômica do povo de Israel; iniciou depois da morte de Josué e terminou quando Saul foi ungido rei de Israel. 

Os juízes foram governantes escolhidos por Deus,  capacitados pelo Espírito Santo de Deus para julgar e liderar o povo de Israel em tempos de crise (Juízes 2:16; cf. 3:10; 13:25; 14:19; Salmo 106:43-45; Atos 13:20)[16]; seu governo não era absolutista nem hereditário, mas temporário.

3.     A fonte de poder das autoridades constituídas não emana delas mesmas nem mesmo do povo, mas sim, emana de Deus através do povo:

O resultado final das eleições de candidatos ao governo é o produto das escolhas do povo; entretanto, mesmo que o povo tenha este direito que dá poder de governo a outra pessoa de sua preferência, o resultado é a palavra final da intervenção divina. O cristão fiel, maduro, que tem uma vida cristã de intimidade com Deus e é submisso a Deus não tem dificuldade de entender e aceitar a intervenção divina na história da humanidade -  “Então dirigiu-se a Tomé, dizendo: “Coloca o teu dedo aqui; vê as minhas mãos. Estende tua mão e coloca-a no meu lado. Agora não sejas um incrédulo, mas crente” . A incredulidade é uma condição mental e espiritual de pessoas que não têm o temor de Deus, de pessoas que afirmam não crer na existência de Deus e, infelizmente, em crentes imaturos.

Landa Cope (2015, p. 24) em seu livro “Dios y la Justicia Política”[17]  afirma que Deus delega autoridade e poder. Diz a autora:

La esencia del gobierno reside en quién tiene autoridade para hacer algo, cuándo, dónde y de dónde procede el poder para ejecutarlo. Génesis 1 y 2 proporcionan un resumen de los valores fundamentales de Dios y dónde pone Él la autoridad y la responsabilidad. La delegación de poder y el ejercicio de autoridad en el reino de Dios son la base de todo asunto legal y de justicia y, por tanto, la base de los valores de gobierno. Es decir, este es el modelo de ideales al que aspiramos  los creyentes que trabajamos por la ley civil en un mundo caído. Nuestra meta es avanzar hacia los valores divinos y la autoridad legítima restaurando su pensamiento en y a través de nuestra vida, familia, vocación y comunidad.

 A essência do governo está em quem tem autoridade para fazer
algo, quando, onde e de onde vem o poder para executá-lo. 
Gênesis 1 e 2 fornecem um resumo dos valores centrais de 
Deus e onde Ele coloca autoridade e responsabilidade. A 
delegação de poder e o exercício da autoridade no reino de 
Deus são a base de todas as questões jurídicas  e da justiça e, 
portanto, a base dos valores de governo. Ou seja, este é o 
modelo de ideais a que aspiramos nós crentes que trabalhamos
pelo direito civil em um mundo caído. Nosso objetivo é avançar 
em  direção aos valores divinos e à autoridade legítima, 
restaurando seu pensamento em e através de nossas vidas, 
famílias, vocações e comunidades.

Deus é a essência do governo visível em invisível. É Ele Quem concede poder e autoridade a quem quer, sempre visando o bem na vida das pessoas. Essa verdade está registrada em Daniel 4:17,25, 34,35 – “... o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer...”, além disso, Deus é Quem “remove reis e estabelece reis”  (Daniel 2:21) e “Nenhum governante exerce controle além do que Deus permite”  como bem afirma o teólogo e comentarista bíblico Cyrus Ingerson Scofield[18].  

4.     As autoridades constituídas são ministros (diákonos) de Deus, ou seja, são servos de Deus para servir ao povo:  

  O Pr. Hernandes D. Lopes [19]diz é firme ao dizer que:

 ... aqueles que recebem um mandato pelo voto popular não ascendem (sobem) ao poder para se servirem do povo, mas para servirem ao povo. Eles não chegam ao poder para se locupletarem (enriquecerem), mas para se doarem. Não para  buscar seus interesses, mas os interesses do povo. Esse princípio divino mostra que o político que sobe ao poder pobre e desce dele endinheirado não merece nosso voto. O político que usa seu mandato para roubar os cofres públicos e desviar os recursos que deveriam atender as necessidades do povo para se enriquecer ilicitamente deve ter nosso repúdio e não nosso apoio. O político que rouba ou deixa roubar, que se corrompe ou deixa a corrupção correr solta, que acusa os adversários, mas protege seus aliados, não deve ocupar essa posição de ministro de Deus, pois Deus abomina a injustiça e condena o roubo.

 

Essas considerações que nos fornece o pastor Hernandes servem para nós como parâmetros para quando formos exercer o direito político de cidadão: o direito de votar.

A Bíblia fala de bons exemplos de governantes que escolheram servir ao povo, realizaram o governo com lisura e honradez e fizeram a nação judaica prosperar. É o caso de José, Moisés, Josué, Neemias, Davi e outros. Por outro lado, há maus exemplos de governantes como: os reis Acabe e Jeorão que fizeram o povo sofrer, gemer e ser oprimido. Sobre o rei Jeorão, a Bíblia nos diz o sentimento do povo por ocasião de sua morte – “E se foi sem deixar de si saudades” (II Crônicas 21:20b); Faraó que oprimiu o povo de Israel por mais de 400 anos de cativeiro no Egito; o rei Roboão, filho de Salomão, que preferiu seguir o conselho de seus amigos jovens que o instruíram a aumentar o jugo do povo e a desprezar o conselho dos anciãos, o que resultou na divisão do reino de Israel em Reino do Norte e Reino do Sul (I Reis 12; I Reis 14:21-31; II Crônicas  10).

O Reino do Norte (Israel) teve 17 reis, sendo 4 bons e 13 maus. O Reino do Sul (Judá) teve 22 reis, sendo 7 bons e 15 maus. Sobre os reis que tiveram um péssimo governo a tônica que se repete é “... e fez o que era mau perante o Senhor “ (II Reis 8:27, por exemplo). Sobre os reis que foram bons governantes se diz deles “... fez o que era reto perante o Senhor, como Davi, seu pai” (I Reis 15:11 por exemplo).



 3Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,

Paulo afirma que quando a pessoa faz o que certo, obedecendo a lei e as autoridades, não há motivo para temor. Em nossos dias, é o mesmo que dizer “Quem não deve, não teme”. Paulo fala de autoridades de forma geral, por isso usa o termo “magistrado”. Segundo a Enciclopédia Jurídica da USP/SP[20], a Magistratura é o “conjunto das pessoas investidas nos órgãos judiciários para o exercício da jurisdição, ou seja, o conjunto dos juízes do país”,  tais como os Ministros dos Tribunais Superiores, os Desembargadores e Juízes dos Tribunais locais. Paulo ensina que a obediência à magistratura produz reconhecimento, elogio (louvor), mas a rebelião produz resultados desagradáveis e até trágicos. Aqui Paulo está enfatizando a importância de outro princípio bíblico: a paz. Paulo já havia ensinado aos crentes de Roma que eles deviam se empenhar pela paz e segurança – “Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”   (Romanos 12:18), assim sendo, a obediência às autoridades constituídas é mais do que uma recomendação, é um dever do crente como cidadão da terra. Atrelado a esse ensino da busca pela paz social, a ação mais indicada que o cristão tem a fazer é orar. Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, Paulo o instrui sobre a importância da oração por todas as pessoas, inclusive pelas autoridades constituídas – Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças em favor de todas as pessoas. Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade, para que vivamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito.”  (I Timóteo 2:1,2).

 

III.   A FINALIDADE DAS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS (13:4-7)

4visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.

O apóstolo considera que Deus instituiu as autoridades com dois propósitos claros: a promoção do bem e a proibição do mal” (Hernandes D. Lopes)[21] . A autoridade constituída é instrumento de Deus para estabelecer o bem social para os cidadãos. Sem a autoridade, reina a anarquia, os interesses pessoais e a ordem é quebrada. Lembremos mais uma vez que Deus é o governante do mundo, Ele fez todas as coisas com ordem e prima para que a ordem seja mantida na natureza, no equilíbrio do ambiente, na vida das pessoas, nas instituições como família, Estado e igreja. Assim como Deus é justo Ele quer que também sejamos em nossas ações políticas na vida e nas instituições a que pertencemos. Por isso, Ele ordena Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (I Coríntios 14:40).

Não ser uma pessoa reta nas ações e conduta é dar motivos para a autoridade constituída usar a espada, ou seja, aplicar sanções para reprimir ou corrigir o erro e o mal.

 5É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência.

Paulo não deixa nenhuma brecha em seu ensino para os cristãos de Roma virem a desobedecer às autoridades constituídas. Ele é enfático em dizer que é necessário obedecer. A obediência é um valor absoluto e inegociável. Assim como Deus exige de nós a obediência em amor, devemos nos esforçar e nos empenhar por obedecer aqueles que Ele constituiu sobre nós como governantes na terra e obediência em amor àqueles que Ele instituiu como líderes espirituais na Igreja – Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês” (Hebreus 13:17).

Paulo explicita dois motivos pelo qual devemos prestar obediência à autoridade: 1) Devemos obedecer porque a revolta, a rebelião e o levantar-se contra a autoridade constituída traz como resultado a punição. Em se tratando de cristãos que não obedecem, além de ser um mau testemunho, revela que esse cristão tem resistência à obedecer qualquer outra liderança, seja na igreja, em casa, na escola, no trabalho ou qualquer outro lugar ou instituição que faça parte; 2) Devemos obedecer pelo dever de fazer o que é certo e correto como fruto de uma consciência sadia e que se empenha pela paz.

6Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço.

Champlin[22] comenta que os impostos ou tributos cobrados são necessários para a boa ordem da sociedade. Os cidadãos são beneficiados quando as obras do governo são bem organizadas e ordeiras e, além disso, o governo necessita do dinheiro para operar. O comentarista ainda explica que ao ler os evangelhos encontramos o pensamento de que, dar dinheiro para os governantes estrangeiros era um crime contra Jeová (Deus), embora o governo essencial da Palestina na época fosse o império romano. Esse pensamento vinha de vários judeus, sobretudo dentre o partido dos fariseus, mas envolvendo também outros dentre os partidos políticos radicais como era o caso dos zelotes. A obediência vai além do respeito à pessoa da autoridade constituída. A obediência também se estende para o pagamento em dia dos encargos públicos, de bens e serviços que fazemos uso como contas de água, luz, telefone, internet, mensalidades escolares, aluguel, INSS, IPVA, IPTU e outros.

 7Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.

A orientação Paulina é que o crente não deve ignorar o pagamento dos tributos ou impostos. Não deve pagar menos e nem pagar de forma escusa e desonesta, ou seja, que levante suspeita ou questionamento. O pagamento deve ser no que é devido, a fim de que a atitude seja coerente com a consciência e a fé cristã. Paulo ensina aqui outro princípio, a honestidade no cumprimento do dever.




Paulo menciona tributos e impostos. O comentarista Champlin (p. 829) afirma que não existe uma harmonia entre os intérpretes bíblicos sobre estas palavras, assim sendo, Champlin menciona cinco ideias do que pode se referir estas palavras:

1.    O tributo seria as taxas diretas e o imposto as taxas diretas.

2.   O tributo indica dinheiro cobrado por alguma nação estrangeira dominadora e o imposto indica as taxas ordinariamente cobrada dos cidadãos de um país pelo seu próprio governo.

3.   Tributo seria os impostos cobrados por um governo de seus próprios cidadãos e imposto seria as cobranças feitas por uma potência estrangeira aos cidadãos de um país dominado.

4.  Tributo seria as taxações em geral e imposto indicaria espécies distintivas de taxas.

5.  Tributo seria as taxas de indivíduos sobre suas “pessoas” e imposto indicaria as taxas sobre propriedades, mercadorias etc.

Segundo o comentarista F. F. Bruce[23], Romanos 13:7 é um eco das palavras de Jesus Cristo quando o Mestre estava ensinando os seus discípulos a respeito do pagamento do tributo – “... Perguntou-lhes: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus...” (Marcos 12:16,17).

Com essa afirmação Jesus ensinou aos seus seguidores que eles têm obrigação com os governos na Terra e que devem ter o equilíbrio correto entre suas responsabilidades com Deus e suas obrigações com o governo. Jesus respeitava as autoridades governamentais[24].

A fidelidade e o cumprimento em dia dos deveres pelo cidadão cristão são evidências de um caráter reto, alinhado com os princípios estabelecidos por Deus, que dá bom testemunho e glorifica o nome de Deus que governa o mundo (Facebook, 24/02/2022).

 

IV.     O CRISTÃO COMO CIDADÃO DA TERRA

O Pr. Elinaldo Renovato[25] menciona que “A Constituição Brasileira de 1988 assegura direitos políticos aos cidadãos no seu Capítulo IV, Artigo 14. Esse capítulo explicita “os direitos e as condições dos eleitores e dos que aspiram a cargos políticos. Votar e ser votado. Como cidadão terreno, o cristão tanto pode votar, como candidatar-se a cargos eletivos”.  A dupla cidadania do cristão, na terra e no céu, dá a ele em ambas esferas, tanto direitos como deveres.

         O teólogo, escritor e erudito bíblico Dr. Wayne Grudem[26] defende e incentiva que cristãos se envolvam na política. Diz ele que Deus “nos chama para fazer o bem neste mundo e uma maneira de fazer o bem é influenciando leis e políticas para o bem”. Afirma que ao se envolver na política o cristão está obedecendo o mandamento de Jesus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39) e fazendo com que a luz que há no cristão  “brilhe ...diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16). Grudem menciona alguns exemplos ao longo da história de cristãos fazendo o bem, influenciando o governo:

1.   IMPÉRIO ROMANO: Quando cristãos começaram a ganhar influência no império romano, eles aprovaram leis que proibiam o infanticídio, o abandono infantil e o aborto no Império Romano em 374 d.C.


2.   ÍNDIA: A influência cristã levou a uma lei que proibia a cremação de viúvas vivas com seus maridos falecidos na Índia em 1829.

3.   INGLATERRA: William Wilberforce[27] teve uma incrível influência no Império Britânico. Ele fez uma campanha argumentando e debatendo por 40 anos. Os seus esforços levaram à proibição do tráfico de escravos e, depois, a própria escravatura em todo o Império Britânico no início do século 19.

4.   ESTADOS UNIDOS: a campanha contra a escravatura foi liderada por abolicionistas. Cerca de dois terços dos líderes abolicionistas eram clérigos cristãos que pregavam política do púlpito; pregavam que a escravatura era um erro e que as leis da nação tinham que ser mudadas, pois tais práticas eram contrárias aos padrões morais de Deus na Escritura. Mais recentemente em nossa história, o reverendo Martin Luther King foi um pastor batista que pregava a partir da Bíblia que as leis tinham que ser mudadas para proibir a segregação e a discriminação racial nos Estados Unidos.

Wayne Grudem encoraja os cristãos em geral à prática de influenciar o governo para o bem de acordo com os padrões morais de Deus, que são sábios, honrosos e benéficos para a humanidade; e tais padrões são encontrados na Bíblia.

A respeito das convicções do Pr. Elinaldo, de Hernandes Dias e do Dr. Wayne encontramos na Bíblia a assertiva de que Quando os justos florescem, o povo se alegra; quando os ímpios governam, o povo geme” (Provérbios 29:2). Esse versículo fala de dois tipos de governantes: o justo e o ímpio. Ao colocar em prática I Timóteo 2:2 orando pelas autoridades, estamos movendo o coração de Deus para que Ele levante pessoas justas e retas para governar.

Vemos que na Lei Mosaica Deus teve o cuidado de orientar o povo para o período dos reis que viria muitos anos depois – Também, quando se assentar no trono do seu reino, mandará escrever num livro uma cópia desta lei, feita a partir do livro que está com os sacerdotes levitas. O rei terá esse livro consigo e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, seu Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir. Ele fará isso para que o seu coração não se exalte sobre os seus irmãos e não se desvie do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda. Assim prolongará os dias no seu reino, ele e os filhos dele no meio de Israel” (Deuteronômio 17:18-20). Esta passagem é rica em informações para o rei ou governante que deseja ter sucesso. Primeiro: deve valorizar a Palavra de Deus e tratar de adquirir um exemplar da Bíblia logo no começo de seu governo e tê-la sempre perto, à mão como um livro de cabeceira pronta para ser manuseada e lida.  Segundo: deve ler a Palavra de Deus diariamente – Não cesse de falar deste Livro da Lei; pelo contrário, medite nele dia e noite, para que você tenha o cuidado de fazer segundo tudo o que nele está escrito; então você prosperará e será bem-sucedido”. (Josué 1:8). É comum ver a Bíblia em lugares públicos ou em casas, aberta geralmente no Salmo 91 como se fosse um amuleto para afastar espíritos ou maus presságios. A Bíblia aberta sem um leitor ávido por conhecer a Palavra de Deus não gera e nem transforma vidas e nações. Terceiro: deve ler a Palavra de Deus com propósitos e com o coração aberto, não mecanicamente ou por obrigação. O primeiro propósito é aprender a temer a Deus. É no temor a Deus que o governante aprende a ser sábio e toma decisões importantes – O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência” (Provérbios 9:10). O segundo propósito é guardar a Palavra de Deus e os estatutos no coração. Guardar implica em meditar, remoer e refletir. O terceiro propósito é cumprir os ensinos da Palavra de Deus. O cumprimento é a aplicação prática do que foi lido e internalizado. Quarto: a leitura e a meditação da Palavra de Deus com o temor do Senhor têm o poder de controlar qualquer desejo de exaltar o coração. Quinto: a Palavra de Deus é como a bússola que aponta e nos mantém no caminho certo. Sexto: a Palavra de Deus mantém firme o governante e seu governo.

Os reis que fizeram um bom governo tinham temor a Deus e à Sua Palavra,

 

CONCLUSÃO

Quero concluir com a palavra proferida pelo Pr. Cláudio Souza, da 1ª. Igreja Batista em São João do Meriti RJ em sua pastoral, à qual considero bem equilibrada:

 

O cristão como cidadão na terra, ocupando ou não cargo na política, não pode esquecer que toda a autoridade constituída procede de Deus.

É dever de cada cristão buscar o máximo de informações e votar, não só de maneira consciente, mas, também, com temor no coração diante de Deus [28].

 

Também quero relembrar que Obediência em amor é o que Deus mais preza em Sua Palavra. Podemos até discordar dos governantes por não serem aquele ou este que queremos, por isso trago aqui a palavra duas recomendações propostas pelo comentarista Bíblico Joel Bueno:

Devemos nos “esforçar por submeter às autoridades mesmo que elas não sejam dignas”. E, se as autoridades não forem dignas, “Pedir a Deus que as substitua”. Para isso, a oração é a nossa melhor arma de guerra do cristão. A oração move o coração de Deus, então:

“Orai sem cessar'" (I Tessalonicenses 5:17).

 “Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo de oração e súplica, e para isto vigiem com toda perseverança e súplica por todos os santos”  (Efésios 6:18)

  “Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade, para que vivamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito”. (I Timóteo 2:2)

 


 

 

 

 

 



[1] Definições de Pólis, Política e Políticos. Disponível em https://blogdoenem.com.br/homem-um-animal-politico-revise-aristoteles-filosofia-enem/. Acessado em 16.fev.2022 às 17h01min.

[2] APOLÍTICO o que significa? Disponível em https://www.dicio.com.br/apolitico/. Acessado em 16,fev.2022 às 16h45min.

[3] Escapismo. Disponível em https://hernandesdiaslopes.com.br/como-o-cristao-deve-tratar-as-questoes-politicas/. Acessado em 14.fev.2022 às 19h16min.

[4] LIMA, Elinaldo Renovato de. Ética Cristã: confrontando as questões morais do nosso tempo. Capítulo 13: O cristão e a Política. 3ª. Edição. Rio de Janeiro-RJ: Casa Publicadora das Assembléias de Deus. 2006.

[5] DOUGLAS, J. D  (Org.). O Novo Dicionário da Bíblia. 1ª. Edição. Vol. 2. São Paulo-SP: Edições Vida Nova, 1962. 4ª. Reimpressão em 1983

[6] LOPES, Hernandes Dias. Disponível em https://ipbvit.org.br/2014/10/06/uma-reflexao-sobre-o-cristao-e-a-politica/. Acessado em 18.fev.2022 às 17h47min.

[7] DESPOTISMO significado: poder isolado, arbitrário e absoluto de um déspota; forma de governo baseada nesse poder.

[8] SUBSERVIÊNCIA significado: qualidade oi estado da pessoa que cumpre regras ou ordens de modo humilhante.

[9] HALLEY, Henry H. Manual Bíblico: um comentário abreviado da Bíblia. Traduzido por David A. de Mendonça. São Paulo-SP: Edições Vida Nova, 1970.

[10] LOPES, Hernandes Dias. Uma reflexão sobre o cristão e a Política. In: Revista Cristão Erudito. Ano 2, Fevereiro de 2018.

[12] O primeiro reinado no Brasil. Disponível em https://www.educabras.com/enem/materia/historia/historia_do_brasil/aulas/o_primeiro_reinado_no_brasil. Acessado em 18.fev.2022 às 17h.

[13] CHALLIES, Tim. Deus odeia a injustiça. Disponível em https://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/03/deus-odeia-injustica/. Acessado em 25.fev.2022 às 18h20min

[14] Isaías 5 – comentários selecionados. Disponível em https://reavivadosporsuapalavra.org/2020/08/26/isaias-5-comentarios-selecionados/. Acessado em 24.fev.2022 às 18h35min.

[15] BUENO, Joel Evangelista. Romanos: estudo 16: OBEDIÊNCIA À AUTORIDADE CONSTITUÍDA POR DEUS – cap. 13. http://vidacristasempre.blogspot.com/2010/01/romanos-estudo-16.html. Acessado em 24.fev.2022 às 16h04min.

[16] Disponível em https://www.infoescola.com/biblia/juizes/. Acessado em 18.fev.2022 às 18h03min.

[17] COPE, Landa Lea. Dios y la Justicia Política: um estúdio del gobierno civil de Génesis a Apocalipsis. 1ª. Edición. Tyler, Texas-EUA: Editorial JOCUM, 2015

[18] Comentário de Romanos 13:4 em A Bíblia Sagrada com as referências e anotações de Dr. C. I. Scofield. Kissimmee, Flórida-EUA, 1983.

[19] Idem nota n. 6

[20] Magistratura, o que é? Disponível em https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/185/edicao-1/magistratura. Acessado em 24.fev.2022 às 14h43min.

[21] Idem nota n. 6

[22] CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. 1ª. Edição. Vol. III (Atos, Romanos). São Paulo-SP: Milenium Distribuidora Cultural Ltda, 1983 (4ª. reimpressão).

[23] BRUCE, F. F. Romanos: introdução e comentário. 3ª. Edição. São Paulo-SP: Edições Vida Nova, 1983.

[24] Por que Jesus não se envolveu em Política? Disponível em https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/2010489. Acessado em 03.fev.2022 às 17h28min.

[25] Idem nota n. 4.

[26] POLÍTICA SEGUNDO A BÍBLIA . Wayne Grudem – vídeo: Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=iwbQ8eC6tVQ&t=11s. Acessado em 14.fev.2022 às19h49min.

[27] William Wilberforce: político britânico, filantropo e líder do movimento abolicionista do tráfico negreiro. Em 1785 converteu-se ao cristianismo, mudando completamente o seu estilo de vida e se preocupando ao longo de toda sua vida com a reforma evangélica. Disponível em https://www.fronteiralivre.com.br/noticia/biografia-william-wilberforce. Acessado em 16.fev.2022 às 22h02min.

[28] SOUZA. Cláudio. 1ª. Igreja Batista em São João de Meriti-RJ. Pastoral: o crente e a política. Disponível em http://pibsjm.org.br/works/o-crente-e-a-politica/. Acessado em 03.fev.2022 às 16h29min.


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