CONTRASTE ENTRE A ANTIGA
Texto Base:
Mateus 5:27-48
INTRODUÇÃO:
O
Sermão do Monte proferido por Jesus Cristo abrange os capítulos 5 , 6 e 7 do Evangelho de Mateus. Portanto, o
texto base desta lição faz parte do Sermão do Monte. Sobre a Lei Mosaica e o
Sermão. O estudioso da Bíblia Dr. Scofield
comenta sobre o Sermão do Monte em Mateus 5:3:
1) Neste sermão nosso Senhor reafirma a lei mosaica do reino teocrático do V.T. como código
governante em seu futuro reino na terra (5:17) e declara que a atitude dos
homens para com esta lei vai determinar o seu lugar no reino (5:19). 2) ... A lei divina trata dos
pensamentos e motivações, além dos atos manifestos (5:27,28; 6:1-6)... 3) a revogação de certas concessões
foram feitas por causa da dureza dos corações dos homens (5:31,32 - compare
também 19:8); 4) Cristo estabelece o
padrão perfeito da justiça pela lei (5:48) demonstrando que todos os homens são
pecadores, habitualmente destituídos do padrão divino e que, portanto, a
salvação pelas obras da lei é uma impossibilidade. 5) Embora a lei não possa salvar pecadores (Romanos 3:20) e os
remidos desta dispensação não estejam sob a lei (Romanos 6:14),
não obstante ambos, a lei mosaica e o Sermão do Monte, fazem parte da Escritura
Sagrada que é inspirada por Deus e, portanto, "útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (II Timóteo 3:16).
Neste trecho do Sermão, Jesus
toca em quatro assuntos importantes relativos ao relacionamento: 1) O adultério; 2) Os juramentos; 3) A vingança e
4) O amor ao próximo. Estes assuntos falam do relacionamento do cristão com
Deus e do cristão com seu próximo. Nos versículos anteriores 5:21-26, Jesus
também fala de relacionamento quando aborda sobre o homicídio.
Bueno sugere para esta passagem o título:
Vigilância nos relacionamentos – Amor em ação. Concordo com este estudioso da
Bíblia e, assim sendo, vamos trabalhar a temática dos relacionamentos tratados sob o prisma da Lei Mosaica e da Lei de
Jesus Cristo. Lembrando que, a Lei Mosaica tinha como objetivo a condenação do
infrator e a Lei de Jesus Cristo, o amor e a salvação do infrator. Portanto,
tais leis são opostas.
Os
dez mandamentos da Lei Mosaica tratam de relacionamento.
É interessante destacar que os quatro primeiros mandamentos se referem ao
relacionamento do homem com Deus e os outros seis, do relacionamento do homem
com o seu próximo.
ÊXODO
20:1-17
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1°
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Não
terás outros deuses diante de mim. (v.3)
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5°
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Honra teu pai e tua mãe... (v.12)
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2°
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Não
farás para ti imagem de escultura... Não as adorarás, nem lhes darás culto...
(vs. 4 a 6)
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6°
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Não
matarás. (v.13)
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3°
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Não
tomarás o nome do SENHOR, teu Deus em vão... (v. 7)
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7°
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Não
adulterarás. (v.14)
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4°
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Lembra-te
do dia de sábado, para o santificar... (vs. 8 a 11)
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8°
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Não
furtarás. (v.15)
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9°
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Não
dirás falso testemunho contra o teu próximo. (v.16)
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10°
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Não
cobiçarás... (v.17)
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Só para relembrar, o
público-alvo do evangelho de Mateus são os judeus, o povo escolhido de Deus que
é muito conhecedor da Lei. Por isso, há várias citações do Velho Testamento e é
comum encontrarmos expressões como: para que se cumprisse...; se cumpriu o que fora dito..., ouvistes
que foi dito...; também ouvistes que foi dito aos antigos... ; para se cumprir o que foi dito...
A Lei Mosaica, também chamada
de Torá, era composta por 613 disposições, ordens e proibições. Elas se
encontram no pentateuco que compreende os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio.
Escrevendo
sobre a Lei Mosaica e seu significado atual, Samuel Rindlisbacher diz que:
A Lei pode ser dividida
em Dez Mandamentos, que
no hebraico são chamadas simplesmente de As Dez Palavras. Eles regulamentam a
relação do ser humano com Deus e com seu próximo.
• No código mosaico
encontramos também o Livro
da Aliança das Ordenanças Civis e Religiosas, que explica e
expõe detalhadamente o significado dos Dez Mandamentos para Israel.
• O código mosaico ainda
contém as leis
cerimoniais, que regulavam o ministério no santuário do
Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Elas tratavam também da vida e do
serviço dos sacerdotes.
Em conjunto, todas essas
disposições, ordens e proibições formam a Lei Mosaica.
No judaísmo ortodoxo,
além dessas 613 ordenanças, há ainda as leis do Talmude, a transmissão oral dos
preceitos religiosos e jurídicos compilados por escrito entre os séculos III-VI
d.C. A Torá e o Talmude são o centro da devoção judaica.
A
LEI MOSAICA E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:
Os
valores judaico-cristãos deram base à formação da legislação brasileira e de
muitos povos através dos tempos.
Moisés
prescreve em Deuteronômio, leis sobre a boa administração da justiça, educação,
descanso semanal, direito internacional, limites da propriedade, normas
processuais, assistência social, direito do trabalho e direito penal. Exemplo:
Direito
Internacional: Moisés já pregava o dever de respeito ao
estrangeiro. Em diversos versículos é falado sobre a paz e a guerra e a
igualdade para os nacionais e os estrangeiros:
“Por isso amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra
do Egito.” (Deuteronômio 10, v. 19).
“Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão, nem tomarás em penhor
a roupa da viúva.” (Deuteronômio 24, v. 17).
Legislação
brasileira:
“Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade […]” (Art.
5º, caput da CRFB/88).
I.
CONCUPISCÊNCIA E ADULTÉRIO (5:27-30)
A Concupiscência significa: 1) Cobiça ou apreço
por bens materiais e 2) Anelo por prazeres sexuais; 3) Desejo desenfreado, ambição, pecado
estimulado através de três áreas do ser humano: Carne (corpo físico), olhos
(alma), soberba da vida (espírito). Veja pecado de Eva e de Adão como exemplo. Outros
sinônimos da palavra concupiscência são: desejo,
ambição, incontinência, sensualidade, cobiça, impudicícia, lascívia, luxúria,
apetite, exuberância, lubricidade, viço, voluptuosidade, sensualismo, ardor,
mundanidade, materialidade, carnalidade, adultério, traição.
O Adultério significa: Relacionamento amoroso com pessoa do sexo oposto com
intenção ou não de relacionamento sexual, onde qualquer uma das partes já
possua um relacionamento compromissado. Segundo a Palavra de Deus, biblicamente
falando, mesmo que você não tenha contato físico com o sexo oposto fora do
casamento, mas só tenha pensado neste relacionamento, já adulterou.
A concupiscência antecede a prática do
adultério. Jesus alerta que, mesmo não praticando o ato de adultério, os olhos
podem estar cheios de adultério.
"tendo
os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas
inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos (II
Pedro 2:14).
Na Lei Mosaica, esta ação era punida
com a morte.
"20.
Nem se deite com a mulher do seu próximo, para ter relações sexuais, porque
isso torna você impuro. 22. Não se deite com outro homem para ter relações com
ele como se fosse mulher; é abominação. 29. Todo aquele que fizer alguma dessas abominações, sim,
aqueles que as cometerem serão eliminados do seu povo. (Levítico 18:20,
22,29).
Se um homem
adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera
(Levítico 20:10).
Jesus alerta os seus
ouvintes, que se julgavam muito santos e cumpridores da Lei, que o simples fato
de um homem olhar para uma mulher com intenções impuras já é caracterizado
adultério, ou seja, "A intenção que precede à ação já é de fato a ação do
adultério" (RSAAS).
Champlin
menciona que "o olho é mencionado não apenas como algo precioso, mas
também como agente potencial da tentação ao pecado. É com o olho que o homem
começa a cometer o adultério". Hendricksen
completa que "o olho e a mão simbolizam e representam as ocasiões de
tropeço".
Ao pronunciar os versículos
29 e 30, Jesus não está incitando a mutilação física, mas figuradamente está
dizendo que tudo aquilo que é ou pode vir a ser motivo de tropeço em nossa vida
deve ser evitado, não deve nem sequer ser pensado ou realizado, deve ser
eliminado, arrancado de nossa vida; pois, atentam contra a nossa vida de
santidade e interrompem a nossa comunhão com Deus. Jesus também está ensinando
que o crente deve sempre lutar por praticar o domínio próprio, que é um fruto
do Espírito (Gálatas 5:22,23).
O adultério (5:27-32) é a
quebra do sétimo mandamento divino: "Não adulterarás" (Êxodo 20:14 e
Deuteronômio 5:18). O adultério é detestável aos olhos de Deus.
"O adúltero espera o cair da noite e cobre o rosto para que ninguém
o veja" (Jó 24:15 NTLH).
"Uma esposa infiel age assim: comete adultério, toma um
banho e depois diz: “Não fiz nada de errado!” (Provérbios 30:20
NTLH).
Pessoas
dominadas pela concupiscência da carne creem que seus atos pecaminosos são
normais e acabam se tornando insensíveis à voz de Deus. Suas mentes estão
agressivamente cauterizadas, queimadas como ferro em brasa pelo pecado. O seu
relacionamento com Deus e com as pessoas fica tão afetado ao ponto de causar
danos.
II.
OS DANOS DO DIVÓRCIO: (5:31,32)
Depois
de criar o mundo. Deus fez Adão e Eva e, deu a eles a missão de crescer,
multiplicar, encher e sujeitar a terra e, dominar sobre as demais criaturas.
Deus fez a família!
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar,
sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre
todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou
e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a;
dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que
rasteja pela terra. (Gênesis 1:26-28)
A
família formada por Deus tinha e tem uma missão e um propósito: glorificar a
Deus. Mas como todos sabemos, o Diabo nunca ficou contente com a criação da
família e seu ataque contra os propósitos de Deus tem sido exatamente sobre a
família. Desde o Éden, o alvo de Satanás tem sido a destruição da família e das
pessoas que a compõem e, consequentemente, a destruição das demais instituições
da sociedade como a Igreja, a Escola, o Estado, e por fim, o Mundo. Para tanto,
o Diabo usa de várias estratégias.
Graças ao nosso Bom Deus, sabemos que o Diabo
está derrotado, mas até que ele seja banido por completo para o lago de fogo e
enxofre, a batalha acontece nas regiões celestes diária e incessantemente. Por
isso, nosso Senhor nos alerta à vigilância constante.
O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro
do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o
falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos
séculos" (Apocalipse 20:10).
Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso
adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (I Pedro 5:8).
Ao contrário do que se
propaga, o Diabo está vivo, solto e ativo. Nenhum ser humano é capaz de
amarrá-lo. Somente Deus tem Todo o Poder para dominar Satanás de uma vez por
todas. Enquanto isso, mais uma vez nos lembremos que Jesus adverte a sermos
vigilantes.
Prosseguindo no texto, uma
das estratégias que Satanás usa no intuito de eliminar a família é o divórcio.
Como pai da mentira que é, o Diabo suscita no seio da família a mentira, a
traição, a desconfiança, a rebeldia, a dissimulação e outras tantas armadilhas
com a finalidade de separar o casal e desestruturar a célula matter da sociedade.
Vós
sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi
homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há
verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso e pai da mentira (João 8:44).
O divórcio nunca foi propósito de Deus para o
ser humano. O plano divino é que o homem e a mulher permaneçam casados até que
a união seja rompida pela morte.
"Ora, a mulher casada está ligada pela lei
ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei
conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o
marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei
e não será adúltera se contrair novas núpcias" (Romanos 7:2,3).
Além
da família, o divórcio desestrutura e causa danos à pessoa nas áreas física,
emocional e espiritual. Nenhum ser humano foi criado para ficar vulnerável, ser
rejeitado ou abandonado, mas sim acolhido e amado.
III. ENSINO
ACERCA DE JURAMENTOS (5:33-37)
Outro
ensino de Jesus que está presente e influencia no relacionamento interpessoal é
acerca do empenho da palavra, os juramentos.
Juramento, do latim iuramentum, é a afirmação ou a
negação de algo, geralmente pondo Deus como testemunha. Um juramento, por
conseguinte, é uma promessa ou uma declaração invocando algo ou alguém. Na Lei Mosaica havia
várias proibições quanto ao jurar falso em nome de Deus.
"nem jurareis falso pelo meu nome, pois
profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR".
(Levítico 19:12)
"Quando um homem fizer voto ao SENHOR ou juramento para obrigar-se a alguma
abstinência, não violará a sua palavra; segundo tudo o que prometeu, fará" (Números 30:2).
"Quando fizeres algum voto ao SENHOR, teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o
SENHOR, teu Deus, certamente, o requererá de ti, e em
ti haverá pecado"
(Deuteronômio 23:21).
Bueno
comenta Mateus 5:33-37:
Jesus fala sobre o valor da palavra empenhada em compromisso.
Uma vez pronunciada ela sela, confirma dá garantia de que será cumprida. O
cumprimento da palavra empenhada revela se temos bom ou mau caráter; se somos
dignos ou não de confiança; se podemos ou não assumir responsabilidades maiores.
Portanto,
fazer uso de juramento em nome de Deus para dar peso às palavras proferidas é
usurpar de um direito que pertence somente a Deus. Não estamos autorizados a
jurar em nome de Deus, nem pelo céu, nem pelo trono de Deus, nem pela terra,
nem por Jerusalém, nem mesmo pela nossa cabeça, visto que somos pecadores e consequentemente,
limitados e falhos.
Somos instruídos por Jesus a sermos
justos e íntegros em nossas palavras e ações usando uma linguagem justa, direta
e verdadeira, pois "O que disto passar vem do maligno" (v. 37).
IV.
VENCENDO O MAL COM O BEM (5:38-42)
Esta era uma lei para os tribunais civis, estabelecida com o fim
de desencorajar a prática da vingança privada. Essas passagens do Antigo
Testamento não dizem: "Vingue-se pessoalmente quando lhe fizeram
dano". Significam exatamente o oposto: "Não se vingue por si mesmo,
porém deixe que a justiça seja administrada publicamente". Isso se
depreende de Levítico 24:4: "Tira o que blasfemou para fora do arraial; e
todos os que o ouviram porão as mãos sobre a cabeça dele, e toda a congregação
o apedrejará" Cf. Deuteronômio 19:15-21.Entretanto, os fariseus apelavam
para esta lei a fim de justificar a retribuição e a vingança pessoais... O
Antigo Testamento proíbe a vingança pessoal: "Não te vingarás, nem
guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o seu próximo como a si
mesmo: Eu Sou o Senhor" (Levítico 19:18). "Não digas: Como ele me fez
a mim, assim lhe farei a ele; eu pagarei a cada um segundo a sua obra"
(Provérbios 24:29).
O
parâmetro que a Lei Mosaica se embasava nos julgamentos civis era a reparação
na mesma medida do agravo.
"Mas, se
houver dano grave, então, darás vida por vida, olho por olho, dente por
dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por
ferimento, golpe por golpe" (Êxodo 21:23-25).
Entretanto,
os fariseus legalistas bem sabiam utilizar a Lei com o fim de denotar
espiritualidade, mas Jesus revelou as verdadeiras intenções hipócritas do
coração dos fariseus.
Em
contraste, a Lei de Jesus Cristo tem como princípios: o amor, a paz, a
longanimidade, a benignidade, a mansidão, a paz, a bondade, a generosidade e a
compaixão – "Eu, porém, vos digo:" (v.39).
AMOR e PAZ (v. 39): " não resistais ao perverso;
mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra".
LONGANIMIDADE e BENIGNIDADE (v. 40): "e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a
túnica, deixa-lhe também a capa".
PAZ e MANSIDÃO (v.41):
"Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas".
BONDADE, GENEROSIDADE
e COMPAIXÃO (v. 42): "Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que
deseja que lhe emprestes".
A
base de todo relacionamento humano deve ser o amor; e este deve ser sem
hipocrisia (Romanos 12:9). O apóstolo Paulo mostra claramente qual deve ser a
nossa parte para termos relacionamentos saudáveis.
Não
torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante
todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos
os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira;
porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o
Senhor. (Romanos 12:17-19)
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com
que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. (Romanos 13:8).
Vencer
o mal com o bem é uma ordem de Deus para nós.
V.
AMOR PELOS INIMIGOS (5:43-48)
Outro
contraste entre a antiga e a nova Lei diz respeito ao nosso relacionamento com
pessoas que costumam ser fazer uso da hostilização, às quais, em geral, são consideradas
como inimigas.
Jesus
ensina que o Sol que aquece e as chuvas que regam a terra são dádivas de Deus
sobre justos e bons, maus e injustos. Diariamente, Deus mostra Seu amor, graça, bondade e misericórdia sobre
a Terra e a humanidade. Jesus também ensina que Deus não faz acepção de pessoas
e nos ordena a amar os inimigos ao invés de odiar; a orar ao invés de proferir
imprecações.
Tais ações vão contra a nossa natureza humana, mas é exatamente aí
que se encontra o desafio de uma vida cristã fundamentada no amor de Deus.
Outra
advertência de Jesus diz respeito à nossa tendência de termos atitudes
positivas em relação àqueles que consideramos serem nossos pares, ou seja, amar
a quem nos ama.
Amar
a quem nos ama é fácil, natural, mais cômodo, pois está baseado na afinidade.
Jesus abre nossos olhos para ver que quando amamos a quem nos ama não estamos fazendo
nada além do que a nossa obrigação. O mandamento de amar os inimigos requer um
certo esforço para sairmos de nossa zona de conforto e quebrar paradigmas.
Jesus
menciona que a prática de amar as pessoas que pertencem ao nosso ciclo de
amizades era um costume dos publicanos. O povo odiava os publicanos porque eram
eles os responsáveis por cobrar os impostos para o império romano e muitos o
faziam superfaturando os impostos, eram corruptos e enriqueciam às custas da
miséria do povo.
O
Amor é um dos princípios que regem o Reino de Deus. O amor de Deus elimina as
barreiras sociais, produz satisfação, alegria, interação e salvação. Estas são
algumas das recompensas. O verdadeiro Amor ama os publicanos também e era isso
que Jesus estava ensinando.
Jesus
conclui (v.48): “Portanto, sede vós
perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.
“Perfeito” significa “concluído,
plenamente desenvolvido, que não falta nada”. Devemos nos esforçar por imitar
nosso Pai celeste no AMOR que Ele a todos revela, inclusive com aqueles
que odeiam e perseguem. Deus ama em qualidade e caráter, ou seja, em paciência,
compaixão, sinceridade etc. Nosso amor é
finito tal como nós, mas o amor de Deus é infinito. (Hendriksen)
Somos
conclamados a sermos santos como o
Pai e a amar como Ele ama.
Assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também
em tudo o que fizerem, porque está escrito: “Sejam santos, porque eu sou
santo.” (P Pedro 1:15,16)
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem da boca para fora, mas de
fato e de verdade”. (I João 3:18)
SCOFIELD, C.I
. A BÍBLIA SAGRADA: com
referências e anotações de Dr. C. I. Scofield. São Paulo: Imprensa Batista
Regular do Brasil, 1983.
[i] Estudo
Bíblico ministrado por Raquel Alcantara, na Escola Bíblica Dominical da
Primeira Igreja Batista de Sobradinho-DF, no dia 25 de março de 2018, Classe
"Mateus".